A caminhada da comunidade paroquial da ‘Vila de São Miguel’

As origens da Paróquia São Miguel Arcanjo começaram a ser lançadas em 1962, quando brotou no coração do povo o desejo de um local de culto para que a fé católica pudesse ser celebrada na parte do bairro de Magalhães Bastos, que ainda não contava com uma igreja. Foi assim que nasceu a nova capela pertencente à Paróquia São José Operário, que passava a ter como padroeiro o Príncipe da Milícia Celeste. As sementes da evangelização puderam ser lançadas, os sacramentos puderam ser celebrados e o amor à Palavra de Deus foi criando raízes entre os moradores.

A devoção a São Miguel Arcanjo logo se espalhou, de tal forma, que a comunidade onde a capela se localizava passou a adotar o nome do padroeiro, sendo chamada até os dias de hoje de ‘Vila São Miguel’. Para que a obra de evangelização pudesse se concretizar, Deus, em sua infinita bondade, enviou servos e servas, que com amor conduziram a comunidade em seus anos iniciais.

Merecem destaque nesse período os trabalhos do padre Fernandes e das irmãs da Divina Vontade: Araceli e Hugoliana, que, incansáveis no trabalho de evangelização, lançaram as bases para que uma nova igreja pudesse ser construída, de forma a comportar a crescente comunidade católica presente no bairro. Assim iniciou-se a construção da igreja atual, localizada na Rua Princesa Leopoldina, 181, em Magalhães Bastos. Na ‘Vila São Miguel’, local da primeira igreja, a primeira capela foi mantida, sendo dedicada a Nossa Senhora de Fátima.

Os anos se passaram, a comunidade de São Miguel crescia, segundo o coração de Deus sob a proteção de seu padroeiro. Na história da comunidade estão marcados também os trabalhos dos padres Jorge Solano, Carlos Palácio e Luís Carlos, da Paróquia São José Operário, que com amor e generosidade prestavam assistência espiritual à comunidade de São Miguel. Merece destaque também os incansáveis trabalhos das religiosas Filhas de Sant’Ana: Ana Rita, Ana Adelaide e Cristina e tantas outras que, ao longo dos anos, passaram pela comunidade e, junto com os sacerdotes, lançaram as bases para que a capela pudesse ser transformada em paróquia.

 

Nasce a paróquia

Foi assim que, em 1982, nasceu a Paróquia de São Miguel Arcanjo, criada por Dom Eugenio de Araujo Sales, então arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro. A paróquia contava com um povo humilde, trabalhador e de fé, que segundo o exemplo de seu padroeiro, estava disposto a lançar-se ao combate por amor ao Reino de Deus e ao Evangelho. Em nossas memórias e em nossos corações permanecem o nome de tantos leigos e leigas, que por tantos anos dedicaram-se ao trabalho nas mais diversas pastorais e movimentos. Leigos e leigas, que trabalhando lado a lado com sacerdotes e religiosas, cumpriram fielmente a missão que receberam no Batismo, garantindo que o anúncio do nome de Nosso Senhor Jesus Cristo se mantivesse vivo e presente.

 

As dificuldades

A história da paróquia é repleta de momentos bonitos, como a concretização da construção da igreja atual e a assistência pastoral a tantos irmãos sofredores, que encontravam na Igreja Católica apoio e conforto para suas necessidades, mas também de momentos difíceis, enfrentados com coragem e com plena confiança em Deus e em sua infinita bondade.

Entre as grandes dificuldades enfrentadas estava a falta de um pároco, fato que não permitiu que os sacramentos deixassem de ser ministrados. Ao longo dos anos, diversos sacerdotes passaram pela paróquia exercendo a função de vigários dominicais, entre os quais merecem destaque os padres Evandro José, Izahú Filho e Elson Ferreira, cada um deu a sua contribuição para o crescimento espiritual da comunidade. Não podemos deixar de mencionar os padres das paróquias vizinhas, que com amor e generosidade auxiliavam neste trabalho, celebrando missas e demais sacramentos sempre que necessário, entre eles os padres João Cribin, Vitorino Vegini e Roque Costa Souza, hoje bispo auxiliar da arquidiocese, cujos nomes estão igualmente guardados com carinho em nossa história e em nossos corações.

 

A chegada dos párocos

Nos 40 anos de vida da comunidade, o ano de 2003 merece destaque especial. Foi quando a Paróquia São Miguel Arcanjo ganhou seu primeiro pároco: padre João Azeredo, que no ano de 2021 fez sua páscoa definitiva, retornando à casa do Pai.

Com a chegada de um pároco, a paróquia passou a contar com missas feriais, horários fixos de confissão, visitas regulares do sacerdote aos enfermos, garantindo, assim, uma maior assistência espiritual à comunidade.

Padre João permaneceu na paróquia por dez anos, destacando-se por seu ministério catequético, seu jeito simples e humilde e por ter sido um grande confessor. Os frutos de seu profícuo ministério são sentidos ainda hoje, fato comprovado pelo carinho com que é lembrado pela comunidade.

Em 2013, a comunidade acolheu com amor o padre William Bernardo da Silva, que permanece como pároco até os dias atuais. Sua chegada trouxe novo ânimo e vida à comunidade, que desde então vem passando por crescentes e profundas transformações.

Entre os frutos do trabalho do padre William estão sua dedicação incansável ao trabalho pastoral, conduzindo com amor a parcela do rebanho de Deus que habita em Magalhães Bastos. Fato que pode ser comprovado pelo crescente aumento do número de paroquianos e pelo dinamismo da vida pastoral em nossa paróquia. Não podemos deixar de citar o incansável trabalho do nosso pároco para que a devoção a São Miguel Arcanjo seja conhecida e praticada em toda a Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Entre as transformações estruturais que testemunhamos nos últimos nove anos está a reforma do templo, motivo de alegria e júbilo para nossos corações, fazendo com que a Eucaristia seja celebrada com o máximo zelo e dignidade. Contudo, as transformações que testemunhamos ultrapassam os aspectos físicos: tratam-se de transformações espirituais, conduzidas por um sacerdote que pastoreia segundo o coração de Deus.

 

A importância do Jubileu para a vida da comunidade

Celebrar o Jubileu de 40 anos de nossa paróquia é celebrar acima de tudo a bondade de Deus, que sendo tão generoso, não deixa seu povo desamparado, mas envia meios para que a semente do Evangelho possa brotar e dar frutos. Celebrar o Jubileu é celebrar a história de todos os padres e religiosas que passaram por nossa comunidade, e que, cada um ao seu modo, deu sua contribuição para que a Palavra de Deus penetrasse em tantos corações. Celebrar o Jubileu é agradecer a Deus pelo bom pastor que atualmente conduz a nossa comunidade e que se dedica, dia após dia, para que a comunidade continue a crescer e que a paróquia continue a trilhar seu caminho na história da evangelização em nossa arquidiocese e em nossa cidade. Celebrar o Jubileu é recordar tantos leigos e leigas que contribuíram para que essa história, que neste ano de 2022 estamos celebrando, pudesse ser contada.

Hoje todos nós somos testemunhas da existência de uma paróquia viva, referência de auxílio espiritual e material a todos que necessitam. Uma comunidade disposta a sair às ruas, anunciando o amor de Deus a todos os corações. Uma paróquia que há 40 anos tem dado a sua contribuição para que a Palavra de Deus seja cada vez mais conhecida e amada.

Ao bom Deus, por intercessão da Santíssima Virgem Maria, rogamos que derrame suas bênçãos sobre cada uma de nossas pastorais e movimentos, para que conduzidos pela proteção de São Miguel Arcanjo, permaneçamos firmes em nossa missão de evangelizar. Missão que há 40 anos temos desempenhado com fé, esperança e amor. Parabéns à Paróquia São Miguel Arcanjo por ser uma referência do amor e da bondade de Deus no bairro de Magalhães Bastos!

 

Guilherme Soares da Rocha

Professor de História, pós graduado em História Moderna

 

 

 

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