Arquidiocese promove formação para o clero sobre o novo Missal Romano

O Encontro de Formação Geral dos Presbíteros da Arquidiocese do Rio de Janeiro foi realizado no Edifício São João Paulo II, na Glória, no dia 25 de outubro.

Os sacerdotes foram acolhidos pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, e pelo bispo auxiliar Dom Célio da Silveira Calixto Filho, referencial da Comissão Arquidiocesana de Pastoral da Liturgia.

O tema “A terceira edição típica do Missal Romano”, foi apresentado pelo coordenador da Comissão Arquidiocesana de Pastoral da Liturgia, padre Fábio de Souza Balbino, também pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Tijuca. Veja a entrevista na íntegra:

 

Testemunho de Fé (TF) – Qual o objetivo deste encontro de formação?

Padre Fábio de Souza Balbino – Juntamente com todo o clero de nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro, apresentei as novidades do Missal Romano. A título de organização, propus caminhar de acordo com as partes do Missal.

A terceira edição do Missal foi publicada no ano de 2002, e no Brasil está chegando agora, em 2023. Esta edição do Missal já tem suas novidades em si mesma, sem considerar a tradução de cada país. Depois, tem também outras adaptações feitas propriamente, nesse caso aqui pelo Brasil. Algumas delas foram aprovadas por Roma e entraram assim no nosso Missal.

Muitas coisas práticas merecem ser observadas. Tenho circulado nas paróquias, vicariatos, foranias e nas dioceses vizinhas fazendo esse estudo acerca das novidades da terceira edição do nosso Missal, que a partir do primeiro domingo do Advento de 2023 se torna de uso obrigatório em todo o país.

 

TF – Como foi dividida sua apresentação?

Padre Fábio Balbino – Em primeiro lugar, olhamos o Índice Geral, onde temos a Instrução Geral do Missal Romano. No caso da terceira edição, isso nasceu ainda antes do Missal, no ano 2000. Depois, em 2002, veio o Missal.

Na Instrução Geral do Missal Romano, por exemplo, na terceira edição, já temos um texto todo revisto, com algumas modificações, inclusive um capítulo novo, que foi introduzido. É o capítulo 9, a respeito das adaptações que competem às conferências episcopais e aos bispos.

 

TF – Houve alguma adaptação quanto às solenidades?

Padre Fábio Balbino – Continuamos depois estudando o Missal nas suas partes. O Próprio do Tempo, em que temos as orações de acordo com os tempos litúrgicos, e o ordinário da missa, que é a estrutura da celebração, desde a Saudação até a Bênção Final.

Em seguida vem o Próprio dos Santos, e os formulários comuns: o comum de Nossa Senhora, o comum das Virgens e o comum dos Mártires. Temos as missas rituais, votivas, as orações para diversas necessidades, a missa pelos fiéis defuntos, e assim temos organizado o nosso missal.

Estamos observando essas novidades que contêm detalhes importantes, por exemplo: nós passamos a ter agora a Missa da Vigília da Epifania do Senhor, e a Missa da Vigília da Ascensão do Senhor, completando as cinco solenidades do Senhor, que encontramos no topo da tabela de precedência dos dias litúrgicos. São cinco solenidades do Senhor: Natal, Epifania, Páscoa, Pentecostes e Ascensão. Dessas cinco, três já contavam com a missa da vigília: Vigília do Natal, Vigília da Páscoa, Vigília de Pentecostes. As outras duas, não, e agora entram no Missal as vigílias da Ascensão do Senhor e da Epifania.

 

TF – Para os fiéis leigos, durante as celebrações, há muitas mudanças nas respostas?

Padre Fábio Balbino – Os fiéis vão precisar de um tempo para se habituar e perceber. Por exemplo, depois do relato da Instituição, na Celebração Eucarística: “Na noite em que ia ser entregue, ele tomou o pão, deu graças e o partiu”. No final do relato da Instituição, quando o sacerdote diz “eis o mistério da fé”, agora passa a ser dito de três formas diferentes. O padre pode dizer, por exemplo, “o mistério da fé”, ou pode optar por dizer “mistério da fé e do amor”, ou ainda ele pode dizer “mistério da fé para a salvação do mundo”.

É importante que os fiéis fiquem atentos, porque, dependendo do que for dito pelo presidente da celebração, assim será a resposta dos fiéis.

 

TF – Houve outras modificações na celebração eucarística?

Padre Fábio Balbino – Algumas respostas da Oração Eucarística tiveram pequenas modificações, que os fiéis precisam observar. No Ato Penitencial, quando nós confessamos os nossos pecados: “Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes”, aí então os fiéis passarão a fazer uma tríplice confissão da nossa culpa: “por minha culpa, por minha culpa, por minha tão grande culpa”. Isso também é uma novidade na terceira edição do Missal, já era assim há um tempo e agora foi retomado.

Os fiéis precisam se habituar a perceber que o final da Oração de Coleta, que nós rezamos no começo da missa, e que termina: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”, agora esse final passa a ser um pouco diferente. Assim também o final do “por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre”, passa a ser um pouco diferente. É pouca coisa, mas muda, dizendo: “Por todos os séculos dos séculos, amém”. São detalhes, mas os fiéis vão precisar ficar atentos até a se habituarem com estas novidades.

Entrevista: Carlos Eduardo Bittencourt

Texto: Carlos Moioli

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