O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu, no dia 30 de março, no Santuário Cristo Redentor, no Corcovado, em resposta ao apelo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um momento de oração pela saúde do Papa Francisco, internado no Hospital Policlínico Gemelli, em Roma, na última quarta-feira, dia 29 de março, por causa de uma infecção respiratória.
“Estamos unidos ao Papa Francisco neste momento em que ele está hospitalizado na Clínica Gemelli, em Roma, pedindo a Deus pela sua saúde. Queremos sentir o coração do Santo Padre e pulsar com ele. Temos consciência da missão do Santo Padre, o sucessor de Pedro, na Igreja, no mundo e na vida de cada um de nós. A missão do Santo Padre, escolhido pela ação do Espírito Santo, através dos cardeais, é grande e necessária. Ele é o sinal visível da unidade e da comunhão de toda Igreja. Por isso, rezamos em cada missa ‘em união com o Papa Francisco…’ Neste momento em que ele está hospitalizado, vamos verbalizar nossa comunhão com ele rezando pela sua saúde”, disse o arcebispo.
Iniciando o momento de oração com o Ângelus em frente aos pés do Cristo Redentor, tendo de cada lado as bandeiras do Brasil e do Vaticano, Dom Orani recordou que o Santo Padre precisou ser internado na última quarta-feira, depois de passar de papamóvel entre os fiéis na Praça de São Pedro, quando abordou o tema sobre a paixão pela evangelização e missão, a pregação da Palavra de Deus, como têm sido suas últimas alocuções nas audiências gerais.
“As palavras e atitudes do Papa Francisco mostram seu coração de pastor na busca de levar a Boa Nova a todos, em meio ao diálogo que a Igreja tem para tudo e todos, os diversos cristãos, religiões e culturas”, apontou.
O arcebispo destacou que a “Igreja tem a preocupação com aqueles que seguem Jesus Cristo para que cada vez mais sejam testemunhas do Senhor”. Ele lembrou que o Papa Francisco, em uma de suas catequeses, citou uma frase da exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, do Papa São Paulo VI, dizendo que os “homens de hoje escutam muito mais as testemunhas do que os mestres, e se escutam os mestres é porque são testemunhas”.
“Devemos, como cristãos, dar testemunho de que encontramos a vida em Jesus Cristo, e por ter encontrado a vida em Jesus Cristo nós o anunciamos e proclamamos como a vida do mundo. Ele não é uma ideia que lemos nos livros ou aprendemos nos bancos escolares, embora isso também aconteça, mas somos chamados a anunciar em quem nós cremos e encontramos, a razão de nossas vidas, Jesus Cristo”, disse.
Dom Orani lembrou que a Arquidiocese do Rio de Janeiro está vivendo o Ano Vocacional Missionário, rezando pelas vocações, de maneira especial pelas vocações diocesanas para o sacerdócio, e ainda rezando pelas missões. Disse ainda que na Solenidade de Corpus Christi, no próximo dia 8 de junho, será dado início ao Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões, a fim de dinamizar ainda mais o trabalho missionário na arquidiocese.
“Com o Ano Vocacional Missionário e o Sínodo sobre as Missões nos unimos às preocupações do coração de pastor do Papa Francisco com o trabalho missionário e de evangelização, que ele tem pedido de forma insistente nas audiências gerais às quartas-feiras. Que todos nós tenhamos paixão pela evangelização em nossa grande cidade, com todas as suas necessidades de missão, para chegar mais próximos das pessoas e que elas encontrem o sentido da vida em Jesus Cristo”, disse.
Dom Orani lembrou que o monumento ao Cristo Redentor é um grande sinal instalado no alto do Corcovado e visitado por milhões de pessoas todos os anos, que vêm para admirar a beleza do entorno, mas também, olhar e sentir que o Cristo Redentor, de braços abertos, acolhe a todos.
“A imagem do Cristo Redentor é um sinal de que somos chamados a acolher-nos uns aos outros. Acolher as pessoas, independente de etnia e religião, respeitando a diversidade de opiniões, ideias e convicções. Somos chamados cada vez mais a proclamar em quem e como nós cremos, em Jesus Cristo, nosso Senhor”.
“Acolher as pessoas. Esse é o testemunho que o Santo Padre tem feito continuamente, seja no diálogo ou nas preocupações em anunciar o Evangelho. Nos últimos tempos, mesmo com as dificuldades de locomoção, em meio a sacrifícios e dores, nunca deixou de ir ao encontro das pessoas, seja nas viagens ou encontros”, disse.
O arcebispo concluiu sua mensagem convidando os fiéis a olhar para o horizonte pascal que a Igreja está prestes a celebrar. Lembrou não só a importância da Páscoa na vida de cada um, mas também de fazer Páscoa, como um tempo de renovação da vida cristã.
“Unimos-nos ao Santo Padre, colocado por Deus à frente da Igreja para servir e para ser um sinal da missão evangelizadora. Em nossa oração, estamos unidos a todo o povo de Deus, para que ele recupere a sua saúde. Temos notícias que ele está melhorando e, em dois dias, terá alta, e assim possa presidir as celebrações da Semana Santa que em breve se inicia”, concluiu.
Durante a oração, Dom Orani esteve acompanhado do reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, e também dos vigários paroquiais, cônego Jorge Luiz Neves Pereira da Silva, da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, que fez a “Oração pelo Sumo Pontífice”, em português e em Latim, e do padre João Damasceno Furtado Câmara, da Paróquia São José, na Lagoa. Também, do cerimoniário, seminarista Lucas Manhães.
Carlos Moioli
