Centenário do hospital mais carioca do Rio traz histórias e lembranças íntimas à cidade
No mesmo mês em que a cidade do Rio de Janeiro completa 458 anos, uma instituição conhecida e querida pelos cariocas chega ao seu centenário. A Casa de Saúde São José, hospital da Rede Santa Catarina, localizado no Humaitá, coração da Zona Sul, tem a sua história totalmente atrelada à da Cidade Maravilhosa.
Esse é o mote da exposição Casa de Saúde São José – 100 anos, na qual o amor está sempre presente, se faz o cuidado do amanhã, que o hospital realizará no Shopping Rio Sul entre 18 de março e 18 de abril.
Como parte das comemorações, também houve uma missa no dia 17 de março, na capela da instituição, presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. Entre os concelebrantes estava o reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo. A Casa de Saúde São José foi representada pelos diretores Marcos Anacleto (executivo), Maurício Guimarães (Operações) e Cláudio Farias (Comercial).
Trajetória
A trajetória da instituição se iniciou no ano de 1923, quando as irmãs da Congregação de Santa Catarina fundaram uma instituição para idosos e doentes graves. Espaço que se transformaria, ano a ano, em um hospital referência e fortemente conectado à população da cidade. Traçando uma linha do tempo, é possível relembrar momentos importantes da instituição em perspectiva com a própria história do Rio de Janeiro.
Histórias cruzadas
A exposição no Shopping Rio Sul vai mostrar, por exemplo, que no início da década de 1930, a Cidade Maravilhosa ganhava uma novidade que ficaria eternizada. A estátua do Cristo Redentor, hoje uma das Sete Maravilhas do Mundo, foi inaugurada em comemoração aos 100 anos da Independência do Brasil. Enquanto isso, no mesmo período, a Casa de Saúde São José também mudava. O médico Leônidas Côrtes assumia a direção técnica da casa, cargo que exerceria por 78 anos.
A instituição cresceu em números de quartos nessa fase. Na década de 1930, eram 40. Após obras importantes, somavam 110 no final dos anos 50. Na década de 1940, muitos partos já eram realizados. Já na década de 1960, enquanto os cariocas bailavam ao som da música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, a Casa de Saúde São José adquiria as tecnologias da época. Em 1967, o primeiro raio X foi instalado no hospital, pesando três toneladas.
Instituição querida pelos cariocas
Em 1979, a pedido de Dom Eugenio de Araujo Sales, a São José ficou aberta aos peregrinos durante a passagem do Papa João Paulo II no Brasil. Em 1983, ampliou novamente o atendimento à população, ganhando uma nova ala com nove mil metros quadrados. Nessa fase, o hospital já tinha 200 leitos, um CTI moderno e Centro Obstétrico com UTI Neonatal, entre outros serviços.
No final da década de 1990, a instituição passou a ter lideranças executivas, mas sem perder o foco na espiritualidade, a cargo das religiosas e da Pastoral da Saúde. Em 1999, foi inaugurado o Serviço de Cardiologia, além do Pronto Atendimento Cardiológico e Ortopédico.
A partir dos anos 2000, período em que a tecnologia e os meios de comunicação começaram a avançar, o hospital passou a ter perfil cirúrgico. Com a chegada dessa nova fase, começaram a ser conquistadas certificações internacionais, chancelas que o hospital continua recebendo até hoje.
Outro salto na diversificação dos serviços aconteceu entre 2016 e 2019. O hospital passou a ter: Centro Endoscópico, medicina esportiva, uma emergência triplicada e com novas especialidades, Centro Médico para consultas agendadas em mais de 20 especialidades, medicina nuclear, oncologia, além de salas Robótica e Híbrida.
Como toda longa história é feita de ciclos, a da São José não podia ser diferente. Em 2020, as atividades da Maternidade foram encerradas.
Pandemia
Com o hospital fortemente estruturado em unidades de internação e o Serviço de Emergência cada vez mais capacitado, a São José teve importante papel no atendimento aos cariocas durante a pandemia da Covid-19. Hoje, a instituição atua em mais de 30 especialidades e conta com 1.900 colaboradores e cerca de 4.800 médicos cadastrados. A novidade mais recente é a ampliação de 209 para 219 leitos, em janeiro de 2023.
“Estamos muito felizes com esse marco. Poucas instituições chegam ao centenário como a São José chegou: valorizando a memória, preservando a espiritualidade e com foco no que há de melhor e de mais moderno para o paciente, que está no centro de tudo. Que haja muita prosperidade pela frente para essa instituição tão querida e valiosa para os cariocas”, comentou o diretor executivo Marcos Anacleto.
Da Redação