O Colégio São Paulo, no Rio de Janeiro, situado no bairro de Ipanema, é mantido e dirigido pela Congregação das Irmãs Angélicas de São Paulo, fundada por Santo Antônio Maria Zaccaria.
Como tudo iniciou… A primeira fundação das Angélicas ocorreu no Rio de Janeiro. Foi idealizada e concretizada pelo padre Emílio Richert, que havia empreendido com sucesso o êxodo para o Brasil dos Padres Barnabitas, fugitivos da perseguição napoleônica na França. Padre Richert, piedoso Barnabita, assumira no bairro do Catete a direção espiritual de um grupo de jovens e, sob o olhar da Mãe da Divina Providência, descobrindo nelas o chamado divino para vida religiosa, incutiu-lhes o entusiasmo e o desejo de abraçar essa vida na Congregação das Angélicas de São Paulo.
Entendendo-se com a superiora das Irmãs em Arienzo, Madre Giovanna M. Bracaval, encaminhou duas de suas dirigidas para aquela comunidade: Dulce Monat da Rocha e Daria Taveira Lobato. As duas embarcaram no porto do Rio de Janeiro, no Sábado de Aleluia de 1920, chegando a Arienzo no dia 7 de maio do mesmo ano. Deveriam receber a formação religiosa inicial e retornarem à Pátria como pioneiras das Angélicas no Brasil.
A cruz foi a primeira bênção para essa iniciativa missionária: apenas um mês após sua chegada, Daria Lobato foi acometida de pertinaz moléstia, a tuberculose galopante, que dela ceifou a vida no dia 8 de junho. Ela professou os votos em artigo de morte, e é, pois a primeira Angélica brasileira.
Padre Richert, Madre Giovanna e a primeira postulante Dulce não se deixaram enfraquecer pelo duro golpe que sobre eles se abatera: estavam ancorados em sólida fé na providência e a esperança de grandes dias para a congregação, mantinha sempre mais ardente o amor que abrasava seus corações.
Dulce cumpriu seu postulantado e noviciado sob a direção de Madre Cecília de Musso e, professando seus votos, recebeu o nome de Angélica Flávia. Teve a alegria de retornar ao Brasil, aqui chegando no dia 6 de maio de 1922, integrando a comunidade formada por Irmã Gema, que passou o restante de sua longa vida no Brasil, Irmã Agatha Torelli, que voltou para a Itália em 1932, e Madre Cecília de Musso, sua antiga mestra e agora superiora, que viria a falecer, de modo edificante, no dia 31 de agosto de 1923, no Rio de Janeiro com apenas 36 anos de idade.
A primeira residência das religiosas, à Rua Barata Ribeiro, 218, Copacabana, foi carinhosamente preparada por algumas candidatas que entraram imediatamente, já aceitas pela congregação na Itália. Essa residência funcionou provisoriamente, pois, em dezembro do mesmo ano de 1922, a congregação adquiriu o imóvel da Avenida Vieira Souto, 22, para onde a comunidade se transferiu.
Madre Flávia professou seus votos perpétuos no dia 21 de outubro de 1924. Três noviças já haviam professado seus votos temporários no dia 29 de janeiro do mesmo ano. Para solenidade do dia 21 foi convidado o Cardeal Sebastião Leme que tomou conhecimento de como as religiosas estavam mal acomodadas, dormindo e comendo em um porão com janelas estreitas, estavam se ressentindo na saúde. Com paterna solicitude, recomendou-lhes que abrissem uma casa em localidade de bom clima onde pudessem passar as férias.
O Colégio São Paulo é parte da história de Ipanema e vem ocupando o seu espaço no bairro, década a década.
As Irmãs Angélicas fundaram outros colégios no decorrer dos anos: em Teresópolis, no ano de 1927; em Belém, 1936; em Belo Horizonte, 1939.
Atualmente, a congregação está presente nos Estados do Rio de Janeiro, Pará, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, desenvolvendo um trabalho educativo e evangelizador em colégios, missões e paróquias, atuando, também, na pastoral diocesana.
Neste ano de 2022, o Colégio completou cem anos, cumprindo a missão para a, qual foi instituído: ser uma comunidade educativa, comprometida com os valores do Evangelho de Jesus e com a educação integral de crianças e jovens.
Da Redação