Dia Nacional do Leigo

Celebramos no domingo, dia 24 de novembro, a Solenidade de Cristo Rei do Universo, com essa solenidade encerramos o tempo comum e o ano litúrgico e, ainda, comemoramos também o Dia Nacional do Leigo. Os leigos estão mais conscientes de sua missão como Igreja, e no interno da comunidade podem ser ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, leitores, catequistas, membros da Pastoral da Saúde, entre outras pastorais. Com certeza, a Igreja não seguiria adiante sem a presença dos leigos. Muitas vezes, os leigos são o “braço direito” do padre e, em nome da Igreja, atuam nas diversas pastorais. 

Porém, os leigos são todos os batizados que, a partir do batismo, são chamados a ser sal na terra e luz no mundo e testemunhar Jesus Cristo onde estiver, e este domingo quer contemplar a presença dos cristãos leigos no mundo. A partir do batismo, passamos a pertencer a Deus e somos incorporados à Igreja de Cristo. Num primeiro momento, os pais e padrinhos testemunham a fé por nós, e quando já estamos com uma maior maturidade, reafirmamos essa fé recebida no batismo através do Sacramento da Confirmação ou Crisma no ápice da Iniciação à Vida Cristã. Após receber esse sacramento e confirmar a fé, é possível assumir com maior compromisso alguma pastoral e testemunhar Jesus Cristo para os outros. 

Os leigos são chamados a testemunhar Jesus Cristo não só na comunidade paroquial, mas onde estiverem, ou seja, no trabalho, na escola, faculdade e bairro. Inclusive sendo exemplo para as outras pessoas que não frequentam a Igreja para que comecem a frequentar. A Igreja tem um carinho especial por todos os leigos, por isso, tem o dia dedicado aos leigos, do mesmo modo que tem o dia do padre e dos religiosos e religiosas. Os leigos também são lembrados no mês de agosto, que é dedicado as vocações, no segundo domingo é a vocação à família, recordando o Dia dos Pais, no quarto domingo, a reflexão da vocação aos ministérios leigos, e no último domingo é o Dia dos Catequistas. 

O Dia Nacional dos Leigos é celebrado desde 1991, e a cada ano, essa celebração vai se aperfeiçoando. A celebração é uma oportunidade de pedir a Deus que novos leigos se sintam chamados a contribuir com a edificação do Reino de Deus. O católico não deve se contentar em apenas em participar das missas aos domingos e ir embora, tem que fazer algo a mais, participando em alguma pastoral e aproximando outras pessoas de Deus. 

O CNLB (Conselho Nacional do Laicato no Brasil) disponibilizou subsídio de reflexão e celebração para os regionais, (arqui)dioceses, paróquias, movimentos pastorais, associações laicais e comunidades, assim como todo material visual para download e impressão.

Nenhum leigo deve exercer um trabalho na Igreja participando de uma pastoral, esperando uma remuneração ou salário, o serviço ou ministério que exercemos na Igreja é para Deus e para o bem da comunidade, e deve ser de forma voluntária, como consequência da sua experiência de fé. Aqueles que são chamados para exercerem algum ministério ou serviço na Igreja não devem se achar melhores do que os outros, muito pelo contrário, devem exercer o ministério ou serviço de maneira humilde e agradecendo primeiramente a Deus por terem sido chamados para aquele serviço pastoral. 

Os leigos que são chamados para os diversos serviços pastorais na Igreja normalmente podem exercê-lo por um tempo determinado para depois dar oportunidade de outros participarem, ou na medida que o tempo passar a transitar nas demais pastorais nas quais se identifica, para além de dar oportunidade aos outros, irá conhecer novas pastorais. Até o sacerdote fica por um tempo determinado na paróquia e depois é destinado para outras, para que na medida que o tempo passa irá conhecendo novas realidades na arquidiocese. 

Lembremos sempre, que as coisas passam e nós também passamos, mas a Igreja e as pastorais permanecem. Meus irmãos, não queiramos ser “donos” de uma ou outra determinada pastoral ou até da Igreja, mas estejamos abertos para acolher novas pessoas e abertos para novos projetos e pastorais. Lembremos que prestamos o serviço a Deus e depois, prestaremos contas a Ele de nossos atos. 

Os leigos precisam estar em constante formação, precisam sempre se atualizar e ler algo sobre a pastoral que exerce. As dioceses sempre promovem formações para catequistas, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, músicos, liturgia, enfim. Do mesmo modo que o padre precisa sempre se atualizar, os leigos também precisam, não podem parar no tempo. É preciso que os leigos ao assumir uma pastoral saibam que vão precisar estar sempre em constante formação e se interessar pelas formações. 

As dioceses oferecem retiro anual para os catequistas e outras pastorais, um momento muito rico, em que todos os leigos devem participar. Os leigos são parte integrante da comunidade, são escolhidos do meio da comunidade para exercerem o sacerdócio comum dos fiéis. 

É importante que reforcemos agora o pedido que fazemos ao longo do Mês Vocacional: peçamos ao Senhor mais operários para a messe, pois a messe é grande e os operários são poucos. Têm muitas paróquias ou comunidades que não têm leigos engajados para ajudar nas pastorais, rezemos ao Senhor para que tenhamos pessoas dispostas a assumir os trabalhos nas comunidades. Que não faltem catequistas, ministros da Sagrada Comunhão, leitores, dentre outros. Rezemos para que a vida da Igreja não pare e a missão dada por Jesus continue. 

Vivenciamos em todas as paróquias da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, em outubro e novembro, as Assembleias Sinodais Paroquiais da 2ª Fase do II Sínodo Arquidiocesano. É muito importante que todos os agentes de pastoral sejam convidados e possam participar dessas ações. Como é importante ver nossos leigos participando com entusiasmo do II Sínodo Arquidiocesano. Pedimos a Deus que essa 2ª Fase do II Sínodo Arquidiocesano nos ajude a crescer no ardor missionário e a continuar nos renovando por meio da missão. O tema é sobre as missões.

Celebremos com alegria a Solenidade de Cristo Rei e o Dia Nacional dos Leigos, tendo a consciência de assumir o protagonismo na sociedade e de ajudar aqueles que mais precisam. Que esse dia sirva para que os leigos assumam as pastorais em suas comunidades e possam ajudar na construção do Reino de Deus naquela comunidade. 

Que o Espírito Santo suscite o chamado de Deus no coração de muitos fiéis leigos para que possam se identificar em alguma pastoral e ali serem testemunhas de Jesus Cristo. Que os capacite e os ajude na missão e todos os leigos vivam o seu batismo e assim coloquem em pratica a sua fé. 

 

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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