Dom Orani envia consagrados da Comunidade Sementes do Verbo para missão na África

No dia 29 de janeiro, por ocasião da missa e novena em honra ao padroeiro da Paróquia São João Bosco, no bairro do Riachuelo, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu o rito de envio de oito missionários da Comunidade Sementes do Verbo para uma missão na Diocese de Tete, em Moçambique, na África. 

“Estamos celebrando a memória de São João Bosco, padroeiro da juventude, desta paróquia. Ele que anunciou a proposta de uma vida coerente no seguimento do Cristo, nos ajude a ser uma presença de esperança e confiança nesta região da arquidiocese”, disse o arcebispo. 

“Somos chamados a ver a vocação como graça e missão, e ter um coração ardente e pés a caminho. É tempo de renovar com entusiasmo o nosso ardor missionário, de fazer o que sempre fizemos, isto é, uma Igreja missionária, em saída, levando às pessoas a boa notícia do Evangelho. Anunciamos e somos testemunhas. Que o Senhor é a nossa vida. Pode parecer inútil aos olhos do mundo, mas sabemos que é o que o mundo necessita e busca”, acrescentou. 

Na oração de envio, Dom Orani reforçou que a Arquidiocese do Rio de Janeiro vive, neste ano de 2023, o Ano Vocacional Missionário, que tem como tema: “Vocacionados e enviados para a missão”.

Foram enviados em missão as irmãs Deborah, Maria Marta, Emmanuelle, Maria Verônica e o irmão Benjamim, que partiram no dia 30 de janeiro. Em fevereiro, embarcam as irmãs Beatriz e Thalita e os irmãos Ygor e Elias, que ainda estão aguardando vistos.

“Estamos vivenciando na arquidiocese o Ano Vocacional Missionário e, por isso, somos chamados à missionariedade. Estamos enviando irmãos e irmãs que partem em missão para um outro continente, uma outra realidade. Eles irão para a Diocese de Tete, em Moçambique, na África, revitalizar o complexo do Santuário São José de Boroma, com suas dependências pastorais e de ação social, um lugar de missão que foi construído no passado”, disse. 

“Moçambique passa por vários problemas sociais, econômicos e políticos que geram pobreza, desigualdade e insegurança alimentar, entre outras situações, mas a Igreja está presente na região, como em todo mundo, anunciando o Evangelho da salvação. Os que são enviados, todos são temporários, alguns irão voltar mais cedo, outros irão ficar mais tempo, mas todos imbuídos na grande missão de levar a boa nova a quem precisar”, acrescentou o arcebispo. 

“A missionariedade da Igreja, de viver sua universalidade e as preocupações com a evangelização, deve acontecer em todos os lugares. O sinal de um envio missionário distante também é uma oportunidade para nós. A missão também precisa acontecer em nosso meio, há muitas situações que precisam ser revitalizadas e reavivadas em nossa cidade no âmbito da evangelização. A missão é permanente na Igreja. Somos chamados a um renovado ardor missionário, a reavivar em nós o dom da missão. Peçamos ao Senhor para que possamos viver intensamente a nossa missionariedade”, destacou o arcebispo.


Missão em Moçambique

O pedido missionário partiu de Dom Diamantino Guapo Antunes, bispo da Diocese de Tete, em Moçambique na África. Esta nova missão, confiada à Comunidade Sementes do Verbo, consiste em duas etapas:

* Revitalizar o Santuário de São José de Boroma, fundado em 1885 pelos jesuítas;

* Oferecer à Diocese de Tete um centro de evangelização, lugar de encontro, oração e formação espiritual e humana;

A missão está sendo realizada em unidade com a Fazenda da Esperança, para juntos colaborar com a missão em São José de Boroma e ser um verdadeiro pulmão pastoral, espiritual e cultural da região. A equipe missionária rumo a Moçambique embarcou no Rio de Janeiro, no dia 30 janeiro. 


História de um povo

Localizado na região de Changara, a 24 km da capital da província, Tete, e a cerca de 1.500km da capital do país, Maputo, o Santuário São José de Boroma foi construído sobre uma colina em frente ao Rio Zambeze. O clima é o tropical seco, sendo um dos mais quentes de Moçambique. Não há estrada asfaltada para chegar até lá. O processo de reabilitação do complexo missionário iniciou em 2021, mas a maior parte das construções encontram-se em estado de abandono e ruína, entre essas, está o prédio do  santuário, que apesar de ainda acolher as celebrações litúrgicas, carece de urgente reabilitação.

Ao redor do santuário vivem cerca de 200 famílias em condições muito pobres, de modo que o espaço serve de apoio e referência de ajuda, local de reuniões e celebrações.

A Missão São José de Boroma foi constituída e construída em 1885 como uma missão católica de jesuítas. No local foi construída inicialmente uma igreja dedicada a São José, uma casa para os padres e duas escolas, uma para educação de meninos e outra para educação de meninas. Com a expulsão dos jesuítas de Moçambique em 1911 e as dificuldades impostas pelo governo da época à evangelização na região, entrou em declínio, sendo retomada em 1960.

Nos mais de 100 anos de funcionamento, o espaço passou por algumas etapas, desde ser um centro de referência da evangelização e instrução jesuítica em Moçambique com ênfase no desenvolvimento de estudos, como astronomia com a construção de um observatório, biologia com o estudo de espécies nativas e agricultura com a implantação de uma escola técnica para ensinar os nativos a aproveitar o solo, tendo mais de 2.500 alunos. Chegou a formar muitos professores para o país.

 

Utilização da igreja 

Apesar de se encontrar em estado de degradação, o espaço da igreja ainda é utilizado pelos fiéis para as celebrações litúrgicas, sejam as missas, os sacramentos. Sempre marcado com muita alegria, com cantos e danças. A restauração da igreja, bem como do complexo por inteiro, representa  esperança para todo o povo.

 

Doações

Quem tiver condições de ajudar de forma concreta esse projeto de evangelização e revitalização pode fazer doações em nome da Associação Sementes do Verbo, no Banco do Brasil, agência 0101-5, conta (CP),  75166-9, CNPJ: 07.104.940/0003-31. PIX (e-mail): africa@sementesdoverbo.org.

A Comunidade Sementes do Verbo agradece a confiança da Igreja e a todos os familiares, amigos e benfeitores pela disponibilidade e generosidade através do suporte com orações e bens materiais, que torna possível o desenvolvimento da missão.

 

Carlos Moioli e Irmã Chiara

 

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