Fiéis da Urca celebram 90 anos de criação da Paróquia Nossa Senhora do Brasil e 50 anos de ordenação de monsenhor Antônio José de Moraes
A comemoração dos 90 anos da criação da Matriz de Nossa Senhora do Brasil, na Urca, e do jubileu de ouro sacerdotal do pároco, monsenhor Antônio José de Moraes, dá ensejo a manifestar a grande alegria em que se encontra a comunidade paroquial.
Ao longo destas décadas, muitas famílias oriundas de várias regiões, as famílias de oficiais sobremaneira, têm encontrado acolhida paterna, integradora e apaziguadora.
O pároco, monsenhor Moraes, à frente da família paroquial, dentro de sua consciência paterno espiritual no seu exercício sacerdotal, tem procurado acolher com distinção e simpatia a todos, sempre em comunhão com a arquidiocese.
Celebração
O jubileu paroquial começou com um tríduo nas missas dominicais dos dias 25 de agosto e 1º de setembro, e será concluído no dia 8 de setembro, que é a data comemorativa da padroeira. Neste dia, haverá missas às 11h, e a das 18h será presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta. Também haverá uma missa comemorativa no Iate Clube, ás 19h30.
Como parte da festa da padroeira, haverá no Iate Clube (Salão Marlin), no dia 11 de setembro, das 15 às 17h, uma tarde com bufê, desfile e sorteio de brindes. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos na secretaria paroquial.
Também está programado, de 17 a 26 de outubro, uma peregrinação à capela de origem da devoção à Nossa Senhora do Brasil, que fica na cidade italiana de Nápoles, e terá a direção espiritual de monsenhor Moraes. Os interessados devem buscar informações junto à agência de viagens Demarré, pelo WhatsApp 99997-1248.
Já o jubileu de monsenhor Moraes será comemorado no dia 12 de outubro, data de sua ordenação, em 1974, com missa às 18h. No dia 13 de outubro, haverá missas às 11h e 18h, e no Iate Clube às 19h30.
Párocos
Da sua criação até hoje, a Paróquia Nossa Senhora do Brasil teve apenas três párocos: os monsenhores Solano Dantas de Menezes (1934-1938), Emmanuel Dornelas Barbosa (1938-1981) e, desde então, Antônio José de Moraes, que completa seu jubileu de ouro no dia 12 de outubro de 2024, junto com os 90 anos de existência da paróquia.
Origem da devoção da “Madonna del Brasile”
A história da devoção começa no início do século XVII, quando há registro da imagem de Nossa Senhora do Brasil, em Pernambuco. Em 1725, já havia grande veneração à imagem original, na época reconhecida com o título de Nossa Senhora dos Divinos Corações, na igreja dos Capuchinhos, em Recife.
O frade italiano Joaquim d’Afragola, para proteger a imagem de um ataque iconoclasta por nacionalistas, levou-a, em 1828, para Nápoles, na Itália, onde foi colocada na igreja de Santo Efrém, o Novo. Em pouco tempo, a devoção à imagem cresceu pelas inúmeras graças recebidas através dela, já com o título de Nossa Senhora do Brasil.
Em 1840, um grande incêndio devastou a Igreja de Santo Efrém, atingindo inclusive o rico altar em que estava a “Madonna del Brasile”. Contudo, miraculosamente, a imagem com o vestido branco de seda e manto azul bordado em relevo escapou ilesa do infortúnio que deixou algumas marcas chamuscadas na imagem do Menino Jesus.
A notícia do milagre se espalhou e impressionou o rei Fernando II que ordenou a imediata reconstrução da igreja, reaberta em apenas 16 meses com solene consagração. Em 1841, a imagem recebeu coroa do ouro do Vaticano e passou a ser conhecida oficialmente na Europa como Nossa Senhora do Brasil. Em 1867, a imagem original foi transladada para a Igreja em Santo Efrém, o Velho, em Nápoles, onde permanece até os dias de hoje.
Somente em 1923, a informação sobre a existência de Nossa Senhora do Brasil chega ao país por meio do bispo Dom Frederico Benício. A redescoberta da imagem resultou em campanha para trazê-la de volta ao Brasil. Nada foi conseguido neste sentido, mas a força dos milagres propiciou a ideia da construção de uma igreja em sua honra no Rio de Janeiro, mais precisamente no novo bairro da Urca, por decisão do Cardeal Arcoverde.
Criação da Igreja
A Igreja Nossa Senhora do Brasil foi construída em terreno na avenida Portugal doado pelos sócios da Sociedade Anônima Empresa da Urca. Por coincidência, o Cardeal Arcoverde, assim como o diretor da sociedade, Oscar de Almeida, desejavam construir uma igreja em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus. Como a área era pequena, o Cardeal determinou que fosse edificada uma igreja dedicada a nossa Senhora do Brasil, no então novo bairro da Urca, às margens da Baía de Guanabara.
Em 1º de janeiro de 1930, foi lançada a pedra fundamental da igreja que seria construída em estilo neocolonial hispânico, planejada pelo arquiteto Frederico Darrigue, em três pavimentos: no andar térreo, foi projetada uma cripta dedicada a Santa Teresinha; no segundo, a nave principal de nossa Senhora do Brasil e, nо terceiro, a residência paroquial. Em 17 de dezembro de 1933, foi inaugurada a igreja com missa festiva celebrada pelo Cardeal Dom Sebastião Leme. Em 8 de setembro de 1934, foi elevada a matriz da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, primeira no país a reverenciar a Virgem Mãe de Deus brasileira.
Descrição da Matriz
A Igreja de Nossa Senhora do Brasil tem estilo neocolonial hispânico. Os ornatos em pó de pedra emolduram a torre sineira e destacam o contorno da porta, do único vitral e da rosácea, que se colocam acima da porta superior e iluminam o coro. Uma branca imagem de Nossa Senhora do Brasil completa a decoração da torre. O acesso se dá por dupla escadaria, que conduz a um pequeníssimo adro, em cujo chão estão desenhadas as letras gregas do monograma de Cristo, alfa e ômega. Na parede do lado direito, a meio caminho da escada, num painel de azulejos, está a figura do Bom Pastor.
Na entrada da igreja, um pequeno pórtico encimado pelo coro, prolongando-se para o lado direito, dá lugar ao batistério, com painel de azulejos ao fundo, representando o batismo de Jesus, e tendo no centro a pia batismal de mármore rosado. Há aí, também, um pequeno vitral com a pomba branca simbolizando o Espírito Santo.
A nave é iluminada por vitrais, intercalados com os quadros de azulejos da Via Sacra.
Os altares, de madeira escura entalhada, encerada como jacarandá, têm nichos para as imagens, ladeados por colunas espiraladas e estão circundados por lambris, também de madeira escura. No altar-mor está a imagem de Nossa Senhora do Brasil; na capela da direita, a do Sagrado Coração de Jesus; e na da esquerda, a de São José.
Quatro pedestais no mesmo estilo, um de cada lado dos altares laterais, sustentam as outras imagens: Santo Antônio, São Francisco Solano, São Manuel e São Judas Tadeu.
As outras duas imagens da Virgem Maria merecem lugar de destaque na nave principal, não só por representarem a Mãe de Deus, mas porque figuram entre as mais queridas devoções do povo brasileiro: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima.
Revista da Paróquia Nossa Senhora do Brasil