Festa de Nossa Senhora da Penha

‘Não percamos a confiança no Senhor da vida que nos impulsiona a rezar e ser instrumentos de paz’

“Neste santuário mariano temos a oportunidade de renovar diante da imagem de Nossa Senhora da Penha nosso amor e devoção a Maria, nossa mãe e rainha. Que cada vez mais, ela nos leve a Jesus e apresente nossas necessidades assim como fez nas Bodas de Caná. Que possamos ouvir de Maria o que significa ‘encher as talhas’ e ver a nossa vida transformada”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro ao encerrar o Mês Mariano na Basílica Santuário da Penha, na Penha, no dia 29 de maio.

No início da celebração eucarística – a Solenidade da Ascensão do Senhor –, realizada na Concha Acústica, aos pés da Basílica Santuário da Penha, Dom Orani lembrou sobre a necessidade de “pedir a intercessão de Maria para a paz no mundo”, de não esquecer que o “fim último é Deus”, e que enquanto caminhamos com os pés neste mundo, é preciso “lutar por um mundo mais humano, justo e fraterno”.

“No mês de maio, rezamos pela paz em todas as dioceses que integram o Regional Sul 1. Para o dia 31 de maio, o Papa Francisco nos convocou para rezar pelo fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Rezemos também pelos irmãos e irmãs que sofrem com nossas guerras urbanas que acontecem ao nosso redor. Que sejamos instrumentos de paz no Senhor, permanecendo em unidade com nossos sacerdotes presentes em toda a arquidiocese que caminham junto com o povo que passa por tribulações”, disse o arcebispo.

Antes da celebração eucarística na Concha Acústica, aconteceu a recitação do Terço Mariano na vizinha Paróquia Bom Jesus da Penha, na Penha, conduzida por Dom Orani, seguida de procissão até a Basílica Santuário da Penha, acompanhada pelos alunos do Colégio Nossa Senhora da Penha.

A Festa de Nossa Senhora da Penha deste ano – organizada pelo reitor da Basílica Santuário da Penha, padre Thiago Sardinha de Jesus – contou com a presença do reitor do Seminário Arquidiocesano de São José, cônego Leandro Câmara, e do reitor do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, juntamente com padres formadores, seminaristas e vocacionados que estão participando do GVA (Grupo Vocacional Arquidiocesano).

Também presentes na celebração o pároco da Paróquia Bom Jesus da Penha, padre Arnaldo Menezes dos Passos, e o padre Wellington Gusmão Mendes, que veio acompanhado dos fiéis de sua comunidade, a Paróquia Jesus Sacramentado, na Penha Circular.

 

Discípulos missionários

Na homilia, Dom Orani lembrou que, nos últimos dias, a região onde está situado o Santuário da Penha foi notícia nos meios de comunicação com acontecimentos de violência. “Não percamos a confiança no Senhor da vida que nos impulsiona a rezar e ser instrumentos de paz. A realidade da região do Santuário da Penha nos ensina que sempre teremos dificuldades ao nosso redor, mas semelhantes aos jovens da fornalha em chamas (cf. Dn 3), vamos enfrentando as dificuldades cantando os louvores ao Senhor”, disse.

“O Senhor, que hoje celebramos sua ascensão aos céus, nos fala ao coração no alto deste penhasco – onde está situada a Igreja da Penha – como um sinal e que nos impulsiona a viver com intensidade a vida cristã em nossa grande cidade com tudo aquilo que ela tem de beleza e de mazelas”, disse.

O arcebispo lembrou que a liturgia contemplou os 40 dias da Quaresma e os 40 dias do tempo pascal, e que, agora, com a Solenidade da Ascensão, terminavam os encontros dos discípulos com o Ressuscitado e começa o tempo da ação do Espírito Santo.

“O Senhor ressuscitou e está no Céu sentado à direita do Pai, mas está no meio de nós pela ação do Espírito Santo. Agora, nós que somos chamados a fazer a experiência de encontrar-se com Jesus ressuscitado. Um encontro que reaviva nossa vida, transforma nosso modo de pensar, de ser e de agir. As situações de falsidades, violências, divisão e polarizações são reais, mas o encontro com Jesus ressuscitado pela ação do Espírito Santo nos faz homens e mulheres diferentes na sociedade”, explicou

“Nosso fim é Deus”, observou Dom Orani, mas é “preciso ter os pés no chão com a responsabilidade de exercer a missão: ‘Vos sereis testemunhas disso tudo’, disse o Senhor. Somos chamados a ser testemunhas e ninguém é testemunha de quem não viu, de quem não encontrou. O espírito missionário deve existir no nosso coração de forma permanente, pois não podemos renunciar a missionaridade”.

Dom Orani concluiu a homilia exortando: “Devemos ser discípulos missionários com aquele que conversamos, digitamos, escrevemos e anunciamos. O Evangelho deve sair de um coração que se encontrou e dá testemunho de Jesus Cristo. Aprendamos de Maria, que diz: ‘coragem, não esqueça o fim último que é Deus. Sejam missionários’. Aprendamos de Maria com o seu ‘sim’. Até o fim da vida ela viveu o seu ‘sim’ à vontade de Deus”, finalizou.

 

Coração de Nossa Senhora

Às 18h, após a Comunhão, o reitor da Basílica Santuário da Penha, padre Thiago Sardinha, convidou as crianças da catequese a coroar a imagem da padroeira.

Quando os sinos inaugurados no centenário da Independência começaram a tocar, padre Thiago Sardinha lembrou que a Festa da Penha acontece desde 1635, há 387 anos, a mais antiga do Rio de Janeiro, sempre realizada no escarpado rochedo da zona norte suburbana da cidade.

 

Laudato Si’

No encerramento da Semana Laudato Si’, padre Sardinha lembrou que a Igreja da Penha tem seu espaço para a coleta de materiais destinados à reciclagem, e que também renovou a rede de esgoto, que era centenária, e construiu compartimentos para o tratamento de água.

 

Dia do Comunicador

Por ser o Dia do Comunicador, Dom Orani entregou lembranças para os pasconeiros e também para a equipe de voluntários do museu e da sala de milagres do santuário.

 

Indulgência Plenária

Os fiéis que cumpriram as exigências da Penitenciaria Apostólica tiveram a oportunidade de receber a Indulgência Plenária já que estiveram em peregrinação a uma basílica pontifícia.

 

Homenagem a Nossa Senhora

Na conclusão da celebração, Dom Orani incensou a imagem da padroeira ao som da música “Coroação”, autoria de Bellido e interpretada por Ghislaine Cantini, e ofertou junto com um menino da catequese um ramalhete de flores aos pés de Nossa Senhora da Penha.

Carlos Moioli

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