Hospital São Francisco inaugura serviço voltado a dependentes químicos que buscam por ajuda voluntariamente

Comunidade Terapêutica Santa Clara marca o legado dos dez anos da visita do Papa Francisco ao hospital

A visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, em julho de 2013, deixou fortes lembranças e inspirou o trabalho da Associação Lar e Fraternidade São Francisco na Providência de Deus, responsável pela gestão do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), na Tijuca, única unidade de saúde visitada pelo Pontífice durante sua estada na cidade.

Na ocasião, o Papa inaugurou o Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI), batizado com o seu nome, e inspirou a criação do barco-hospital que presta atendimento de saúde a populações ribeirinhas amazônicas. Dez anos depois, a visita do Papa Francisco continua rendendo frutos, e o HSF inaugurou, no dia 27 de julho, a Comunidade Terapêutica Santa Clara, voltada para o atendimento de dependentes químicos (álcool e drogas) que busquem o serviço de forma voluntária.

“Este serviço foi tornado possível graças à Parceria Bem-Viver, que une o HSF, o Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ) e instituições de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro (Polícia Civil, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária – SEAP – e Departamento Geral de Ações Socioeducativas – Degase)”, disse o frei Nicolau Castro, diretor geral do hospital.

O tratamento é dividido em quatro ciclos, de cerca de 30 a 40 dias cada, como explicou a psicóloga Caroline Oertel, coordenadora da Comunidade Terapêutica.

“Esse programa de tratamento tem terapêuticas diferenciadas de acordo com o ciclo que o acolhido está vivenciando no momento. Não determinamos o prazo para a alta, o tempo de recuperação é variável, de acordo com a condição de cada pessoa”, esclareceu.

Cada ciclo tem um propósito ou temática que irá guiar o tratamento de forma personalizada, e os acolhidos devem cumprir atividades, como cuidar da horta terapêutica, laboterapia e terapias de grupo, além de tarefas da vida diária, como preparar as refeições, manter o ambiente limpo e organizado.

“A equipe que faz a triagem dos acolhidos é a mesma que vai acompanhá-los durante a permanência na Comunidade Terapêutica. Isso é importante, pois ajuda a estabelecer um vínculo com eles”, complementou.

O atendimento na Comunidade Terapêutica é multidisciplinar, e a equipe é formada por enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, psiquiatra e monitor, profissional responsável por supervisionar as atividades. A capacidade inicial do serviço é de 20 leitos.

 

Alessandra Eckstein

 

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