A Beata italiana Elena Guerra, fundadora da Congregação das Irmãs Oblatas do Espírito Santo, foi canonizada pelo Papa Francisco no dia 20 de outubro, junto com outros beatos. Falecida no Sábado Santo, dia 11 de abril de 1914, foi uma santa profeta, que fez do amor ao Espírito Santo a sua razão de ser. O movimento da Renovação do Espírito também deriva de Elena Guerra. Os carismáticos do Brasil e da Argentina contribuíram em oração pela intercessão da causa.
“Apóstola da devoção ao Espírito”, definiu-a São João XXIII na homilia da beatificação de 26 de abril de 1959. Mulher santa, mas também culta, aprendeu sozinha o latim para poder ler os padres da Igreja. Escreveu 13 cartas ao Papa Leão XIII.
O resultado foram três documentos de São João XXIII sobre o Espírito Santo: o breve “Provida matris caritate”, de 5 de maio de 1895, a Encíclica “Divinum illud múnus”, de 9 de maio de 1897, e a Exortação “Ad fovendum in christiano populo”, de 1902. Estes documentos representam um momento especial no desenvolvimento da doutrina católica sobre o Espírito Santo.
Nascida em Lucca, em 23 de junho de 1835, viveu uma infância fecunda em família nobre, mas conhecida pela integridade moral e religiosa. Dos três filhos, duas irmãs mais novas morreram cedo, enquanto o irmão mais velho, Almerigo, tornou-se cônego. Como menina de boa família, em um contexto que negava às filhas mulheres a oportunidade de estudar, Elena escapou, no entanto, ao seu destino plácido e certo, estudando nos livros do irmão, à noite, furtivamente, usando cascas de nozes como lanterna. Sua necessidade de emancipação tornou-se imediatamente uma vocação, “a chama que me devora para a glória de Deus e a salvação das almas” que sentiu muito forte no seu coração depois da Confirmação e da Primeira Comunhão.
Na missa de canonização, realizada na Praça de São Pedro, no dia 20 de outubro, quando a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco observou que “quando aprendemos a servir, cada gesto de atenção e cuidado, cada expressão de ternura, cada obra de misericórdia torna-se um reflexo do amor de Deus. E assim todos nós – e cada um de nós – continuamos a obra de Jesus no mundo”.
Neste contexto, lembrou que os novos santos – inclusive Santa Elena Guerra – “viveram o estilo de Jesus: o serviço. A fé e o apostolado que realizaram não alimentaram neles desejos mundanos e avidez de poder; pelo contrário, eles fizeram-se servidores dos seus irmãos, criativos em fazer o bem, firmes nas dificuldades, generosos até ao fim”.
Na celebração esteve Paulo Gontijo, da Diocese de Uberlândia (MG), que recebeu a cura por intercessão de Santa Elena Guerra, que a levou para as honras dos altares.
Dom Roberto e padre Gilvan André da Silva, presentes na celebração de canonização, também participaram da missa de ação de graças, realizada na paróquia vinculada à Diocese de Lucca, sob a presidência do bispo diocesano, Dom Paolo Giulietti, e concelebrada pelo arcebispo de Kigali, em Ruanda, Cardeal Antoine Kambanda. A celebração contou com a presença da Madre Geral Maria Laura Quattrini, da Congregação das Irmãs Oblatas do Espírito Santo.
Da Redação