Pastoral de Favelas inicia comemorações dos 45 anos de criação

Os 45 anos da Pastoral de Favelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro foram comemorados com missa em ação de graças, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, na Capela Nossa Senhora da Consolação e Correia, no Vidigal, no dia 2 de julho.

Antes da celebração, foi inaugurado um grafite de autoria do artista plástico Nildo Brasil na parede da casa do morador Arnaldo, um antigo comerciante local. O grafite, que contempla a presença do então arcebispo Dom Eugenio de Araujo Sales, resgata a visita do Papa São João Paulo II ao Vidigal, em 1980, lendo o Sermão da Montanha, com a frase: “Eu vim aqui não por curiosidade, mais sim porque amo vocês”.

A missa foi concelebrada pelo coordenador da Pastoral de Favelas, monsenhor Luiz Antônio Pereira Lopes, e entre os sacerdotes presentes, o administrador da Paróquia Santa Mônica, no Leblon, frei Didier Esperidião Neto, responsável pela capela.

Também presentes Paulinho, Armando e Duque, membros da Pastoral de Favelas e líderes na comunidade do Vidigal. Ainda Felícia, Filomena e Maria Cristina Sá, que participaram ativamente, na época, na organização da visita do Papa no Vidigal.

Logo no início da celebração, Barbara Nascimento apresentou a caminhada e os frutos da Pastoral de Favelas no Vidigal, marcada com a visita de São João Paulo II, há 42 anos. A ilustre visita foi encenada por crianças da catequese da capela, que recordaram o ato em que o Papa entregou o seu anel à comunidade. A apresentação cultural foi idealizada pelo professor Ninho Vidigal e o ensaio com as crianças contou com a ajuda das catequistas Isabel e Taylane Soares.

Na homilia, Dom Orani refletiu as leituras do 14º Domingo do Tempo Comum, quando a Igreja celebrou a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, e destacou o fecundo trabalho realizado pela Pastoral de Favelas na comunidade, fortalecido com a visita do Papa.

“A comunidade do Vidigal, que recebeu a visita de Pedro na pessoa de João Paulo II, hoje glorificado nos altares pela Igreja, se entrelaça com a missão da Pastoral de Favelas que se mobilizou na época para que os moradores não fossem removidos e tivessem o direito à moradia”, disse Dom Orani.

“A atuação da Pastoral de Favelas no Vidigal, como acontece nas demais comunidades do Rio de Janeiro, é realizada por pessoas que têm o compromisso de lutar para que os seus moradores tenham dignidade, e fazem isso por causa de Jesus Cristo, assim como fez Pedro, dando testemunho em quem e como creem pelo testemunho de vida cristã”, acrescentou o arcebispo.

No final da celebração, monsenhor Luiz Antônio lembrou da programação para as comemorações dos 45 anos da Pastoral de Favelas, que iniciaram com a celebração eucarística e o lançamento do novo logotipo da pastoral, produzido pelo coordenador da Pascom Rio, Gustavo Kelly.

“Neste ano comemorativo, entre outras atividades, vamos realizar um retiro espiritual para os agentes da pastoral no último fim de semana de julho. No dia 10 de setembro, acontecerá um festival de música, quando vamos escolher uma canção-tema para festejar o aniversário. Em outubro, vamos realizar um seminário sobre moradia com a presença de pessoas envolvidas com a pastoral, como professores, juristas, representantes da sociedade civil e estudantes que fizeram teses sobre a realidade das comunidades”, disse monsenhor Luiz Antônio.

Fizeram parte das comemorações, após a celebração eucarística, diversas atividades no salão social da capela. O ponto alto foi exposição de fotos. O acervo da memória e história da Pastoral de Favelas foram apresentados por Maria da Paz. A professora da Escola Municipal Djalma Maranhão, Marta Guedes, apresentou vídeos, fotos e documentário da visita do Papa no Vidigal sobre o olhar das crianças. A professora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, Bárbara Nascimento, também responsável pelo Núcleo de Memórias do Vidigal, apresentou fotos, relatos, entrevistas e textos periódicos.

Já Marquinho do 314 apresentou ao vivo o samba de sua composição “Para o Papa João Paulo II”. Os moradores Armando e Paulinho, representando todos os moradores, trouxeram vários objetos da vinda do Papa, como anel, bracelete e terço. Também houve “Contos, alegrando com entusiasmos”, por Roberto, Larissa, Salete, Júlio, Cosma e Ninho.

 

Carlos Moioli

 

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