A celebração jubilar do Vicariato Norte com o arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, foi realizada na Basílica Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel, no dia 28 de junho. A celebração foi realizada no dia da memória do Imaculado Coração da Bem-aventurada Virgem Maria, e dentro das celebrações dos 125 anos de criação da Basílica Nossa Senhora de Lourdes.
A celebração jubilar, em virtude do Ano Santo de 2025, teve início com procissão saindo da Paróquia de São João Batista e Divino Espírito Santo, no Maracanã, com a presença de sacerdotes, consagrados, representantes de pastorais e movimentos eclesiais e do povo de Deus das paróquias do Vicariato Norte.
Na chegada, o clero e os fiéis foram acolhidos pelo pároco local, cônego Valtemário Silva Frazão Junior, e pelo vigário episcopal do Vicariato Norte, cônego Aldo de Souto Santos.
“Estou muito feliz de celebrar junto com todos vocês que fazem parte do Vicariato Norte, entre os vicariatos que se sucedem mês após mês, para confirmar a caminhada dos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas deste vicariato, pedindo que essa peregrinação jubilar possa reavivar, renovar, ainda mais, as vossas vidas e a caminhada cristã”, disse Dom Orani, que presidiu a celebração.
“A finalidade do Jubileu – ‘Peregrinos de Esperança’ – é que possamos aproveitar esse tempo de jubileu para ser um tempo de reavivamento, de retomar os entusiasmos iniciais com as experiências todas que passamos pela vida, e toda a Igreja se renovar”, acrescentou.
Na homilia, Dom Orani lembrou que a região Norte do Rio de Janeiro é uma das que têm, percentualmente, um grande número de católicos, mais do que outras regiões da nossa cidade. “Temos a grande missão e responsabilidade de alimentar os cristãos católicos com a Palavra de Deus, com os sacramentos, e fazê-los crescer, pela ação do Espírito Santo, na vida cristã, sendo sinal para toda a cidade dessa presença do Senhor Jesus Cristo ressuscitado no meio de nós.”
Reavivar os dons de Deus na vida
Na reflexão do Evangelho do dia (Lc 2,41-51), Dom Orani lembrou que Maria e José encontraram o Menino Jesus dialogando com os doutores da lei no Templo, após procurá-lo por três dias. Episódio que revela a presença do Verbo Eterno no “meio de nós”, que cumpre a vontade do Pai: ‘Eu estou na casa do meu Pai’. “Somos chamados também a guardar, como Maria, em nosso coração, as maravilhas de Deus”, afirmou, convidando os fiéis a serem uma “Igreja viva, comunidade que vive o Evangelho e torna Jesus visível no templo e na sociedade.”
O tempo de jubileu, ressaltou o arcebispo, é ocasião propícia para reavivar propósitos, vocação e chamado. Na intenção de receber as indulgências, precisamos “realizar a peregrinação em uma igreja jubilar, uma boa confissão e rezar nas intenções do Santo Padre. Ainda mais, deixar-se conduzir pela ação do Espírito Santo, para que possamos ser reavivados em nossa vida”.
Dom Orani encorajou ainda uma retomada do entusiasmo cristão, lembrando que, com o tempo, muitos se acomodam, abandonam práticas espirituais e perdem o fervor. “Com o passar do tempo, nós que um dia fomos batizados e que seguimos o Senhor, pouco a pouco vamos deixando certas práticas. Nos acostumamos com o mais fácil, com o que demanda menos esforço e comprometimento, com aquilo que não nos dá muito trabalho. Vamos nos acomodando em muitas coisas, até mesmo com os pecados. Não caminhamos em unidade com a comunidade paroquial, com a Igreja e na sua missão e evangelização. Acabamos como que nos encostando na parede para descansar e, aos poucos, perdemos o entusiasmo da nossa vida cristã”, disse.
A conversão, segundo o arcebispo, deve ser retomada como se começasse hoje, com novo ânimo, consciência de missão e abertura ao Espírito. “Somos chamados, como Maria, a guardar no coração tantas situações que nós ouvimos, vimos, experimentamos, para que possamos reavivar os dons de Deus em nossa própria vida.”
Por fim, Dom Orani exortou a todos para o compromisso diante do mundo cansado e abatido. “A Igreja, que tem a fonte da esperança, que é Jesus Cristo, possa assim viver e também transmitir, contagiar a cidade, o mundo, com a esperança.” Nossa missão, enfatizou, é “levar as pessoas, nesse mundo de tanta violência, guerras, injustiças e questões sociais, a proclamar a vida e anunciar o Senhor, razão de nossa esperança.”
Viver a missão com renovado ardor
Na conclusão da homilia, Dom Orani observou que a peregrinação do Vicariato Norte à Basílica Nossa Senhora de Lourdes, Igreja Jubilar, foi marcada por um convite à renovação da fé e do entusiasmo missionário. “Que essa peregrinação possa reavivar nossa vida, nosso coração e, como Maria, guardar com carinho no coração os acontecimentos, a Palavra do Senhor”, destacou, ao pedir a intercessão de Nossa Senhora sob as diversas invocações marianas presentes no vicariato.
Durante a procissão entre cantos e orações – lembrou o arcebispo –, os fiéis foram convidados a um exame de consciência, refletindo sobre a própria caminhada espiritual e a necessidade de retomar o compromisso com o Evangelho. “Temos essa necessidade de retomar, de reavivar, de poder dizer nosso sim ao Senhor com entusiasmo renovado”, afirmou.
“Que essa região possa contar muito mais com lideranças católicas, que possam animar, caminhar e continuar levando adiante aquilo que já fazem muito bem, mas que façam ainda muito mais, com o coração renovado, reavivado.”
A proposta do Ano Santo foi sintetizada como um chamado à ação: viver o Jubileu dos ‘Peregrinos de Esperança’ com renovado ardor missionário, fé viva e coração aberto à intercessão de Maria.
Carlos Moioli e Rita Vasconcelos