Sacerdotes celebram a festa do padroeiro da Venerável Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro

“Agradeço a Deus pela oportunidade de celebrar e encontrar com os padres da Irmandade de São Pedro a cada ano. A Irmandade presta um grande serviço aos sacerdotes da arquidiocese. É uma missão recebida dos antepassados e que é levada adiante. Bendizemos a Deus pela missão, pelo interesse e unidade dos sacerdotes de se ajudarem mutuamente e experimentarem toda a gratuidade do Senhor”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, durante a missa em honra ao padroeiro da Irmandade de São Pedro, no dia 29 de junho.

Realizada na Igreja da Irmandade de São Pedro, no Rio Comprido, os bispos e os sacerdotes foram acolhidos pelo provedor, padre Valtemário Silva Frazão Junior. Nas intenções da missa, orações pelos sacerdotes aniversariantes de nascimento e de ordenação, e também pelos falecidos.

Dom Orani recordou, entre os aniversariantes de ordenação, Dom Paulo Romão (26 anos), monsenhor Lindolfo Lisboa (62 anos), padre Jorge Vieira da Silva (59 anos), monsenhor Levi Alves de Senna (57 anos) e monsenhor Jorge Aziz Abrahão (56 anos).

“Bendizemos a Deus pelos irmãos que já passaram dos 50 anos de serviço como sacerdotes da Igreja. Alguns residem nas próprias paróquias, outros na Casa do Padre. Todos são muito próximos de nós. Queremos, cada vez mais, abraçar a cada um. Agradecemos por suas vidas, missão e fidelidade. Os senhores são exemplos enormes para todos nós. É muito bom que a Casa do Padre seja próxima ao nosso seminário, daqueles que iniciam a formação, para que possam ver os exemplos desses homens de Deus com tanto tempo de dedicação e serviço contínuo, com generosidade e alegria, levando adiante a bela e importante missão. Incluímos todos os demais sacerdotes, e agradecemos a Deus pelo dom da vocação sacerdotal e pela perseverança nessa caminhada, nesse grande dom de servir à Igreja”, disse o arcebispo.

 

Pedro e Paulo, exemplos para todos

Na homilia, Dom Orani destacou que os Apóstolos Pedro e Paulo são grandes exemplos de vida e de fé e, ao mesmo tempo, intercessores para a caminhada da Igreja, na busca de fazer, cada vez mais, a vontade de Deus.

“Pedro, o pescador da Galileia, Paulo, o evangelizador dos gentios que seguiu de cidade em cidade. Que os santos Apóstolos nos inspirem, hoje, a responder o nosso ‘sim’ ao Senhor. Ouvimos a primeira leitura, que fala justamente da prisão de Pedro. A segunda leitura fala de Paulo e do término da sua carreira. O Evangelho é a razão de tudo. ‘Tu és o Cristo, filho de Deus vivo’. Ou seja, a quem nós seguimos que é Jesus Cristo, Nosso Senhor. Pedro e Paulo tiveram caminhos diferentes, situações diferentes, mas seguiram e anunciaram o mesmo Senhor. Eles deram as suas vidas por causa do Evangelho de Jesus Cristo; morreram mártires, em Roma, tanto Pedro quanto Paulo, cada um de modo diferente, mas nos fala justamente desse início da Igreja. Esses homens que disseram seu ‘sim’ ao Senhor em situações diferentes, mas que evangelizaram pelo exemplo e pela palavra. Ao mesmo tempo encararam o final de suas vidas de martírio, com o coração aberto à graça de Deus”, disse.

 

Unidade ao Sucessor de Pedro

Dom Orani acrescentou: “Devemos ter a nossa comunhão com aquele que sucede a Pedro, o Santo Padre, nesses tempos de tantas diversidades de ideias e de tantas indiferenças. Eu não imaginava que nós chegaríamos a esta época com tantas dúvidas, divisões, e pessoas que não vivem a comunhão com Pedro, nessa unidade petrina, que fazem parte da nossa identidade católica”, disse.

“Tantas separações e divergências; situações que divulgam através de palavras, inclusive, nas mídias digitais. Nós somos chamados a estar em comunhão com Pedro, na unidade com o Santo Padre, que foi escolhido pela ação do Espírito Santo, através do Colégio dos Cardeais, para ser o ‘chefe’, como sinal de unidade de toda a Igreja, e confirmar os irmãos na fé. Nós somos chamados a colaborar, rever a comunhão e a unidade, a cada dia, a cada instante, e confiar na ação do Espírito Santo que conduz a Igreja, e que inspira também aquele que sucede a Pedro, o Papa”, acrescentou.

 

Missão evangelizadora

Dom Orani destacou que São Paulo foi missionário de andar de casa em casa, de cidade em cidade, pregando o Evangelho, testemunhando até o fim a Palavra do Senhor.

“Neste Ano Vocacional Missionário e em meio ao nosso Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões, São Paulo é para nós o grande sinal, o grande exemplo da nossa dimensão missionária. Nós não podemos nos acomodar com aquilo que temos, mas olharmos mais longe, visando os nossos horizontes; podemos ir mais longe como missionários evangelizadores. Que possamos levar adiante trabalho missionário em nossa cidade. Temos muito trabalho, muito serviço como missionários, pela presença capilar que ainda falta muito em nossa arquidiocese; e também diante das várias situações de violência, de divisão, de polarizações, tantos problemas que existem, e nós vemos a missão de anunciar o Evangelho que leva as pessoas a irem, em comunhão e unidade, na missão evangelizadora. Portanto, de um lado a comunhão com  São Pedro e São Paulo e, de outro lado, a nossa missionariedade cristã”, disse o arcebispo.

 

Diplomação de novos membros

No final da celebração, houve o rito de admissão dos novos sacerdotes associados. O arcebispo lembrou a importância de divulgar a filiação à Irmandade São Pedro, que “não é automática pela ordenação, mas supõe uma assinatura de compromisso”.

Neste ano, foram diplomados os padres Arthur José Torres da Conceição, Daniel Nascimento de Paula, David de Assis Ramos da Silva, Eduardo de Carvalho Gonçalves, Francisco Évison Isaias Lopes, Herbert Queiroz Borges, Kadun Dornellas Garcia, Leandro Henrique Rêgo Fernandez, Rafael dos Santos e Ygor Gomes dos Santos.

Ao acolher os novos membros, o provedor da Irmandade de São Pedro, padre Valtemário Silva Frazão Junior, disse: “A Venerável Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro recebe com muita alegria os novos irmãos sacerdotes associados neste dia tão caro para nós, que é o Dia de São Pedro. Receber novos membros associados tão jovens é garantia da continuidade de nossa existência e atividades. Somos das entidades mais antigas da cidade do Rio, só não somos mais antigos que a própria arquidiocese a que servimos. Nossa missão fundamental como associação de clérigos é prestar auxílio aos padres pobres nas suas mais diversas necessidades, que vão desde moradia a tratamento médico. Estes padres pobres que passam necessidade não são vistos pela grande mídia e, consequentemente, pelo grande público, que muitas vezes se interessam mais pelos fatos negativos que envolvem o clero. Porém, existem padres que passam por dificuldades materiais, e nossa venerável Irmandade está sempre de coração e portas abertas para acolher os irmãos que batem à nossa porta. E procuramos sempre ajudar de alguma forma, evidentemente, dentro das nossas limitações, pois também temos limitações”.

 

Carlos Moioli e Rita Vasconcelos

 

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