Seminaristas celebram o padroeiro do Seminário Arquidiocesano de São José

No dia 19 de março, o Seminário Arquidiocesano de São José, que há 282 anos forma sacerdotes para a Santa Igreja, celebrou solenemente o seu padroeiro, São José, esposo da Virgem Maria. Anualmente, os seminaristas e os padres formadores desta casa de profetas celebram fervorosamente esta que é uma data muito significativa tanto para aqueles que atualmente estão nesta casa de formação quanto para aqueles que por ela já passaram, quer seja como formadores, quer seja como seminaristas. 

Celebrar o padroeiro do Seminário Arquidiocesano do Rio de Janeiro é uma oportunidade ímpar de poder olhar para trás e, consequentemente, reconhecer o patrocínio e a proteção de São José durante todo o itinerário formativo dos atuais e futuros sacerdotes da Arquidiocese do Rio de Janeiro. 

Diante disso, o seminarista Kadun Dornelles, que está no último ano do Seminário, comentou o seguinte: “A memória de sua solenidade que hoje celebramos nos enche de alegria. Todo esforço de cada seminarista para bem realizar esse evento é oportuno, já que tamanha comemoração revela a importância de sua vocação na vida de cada um de nós. Decidido no caminho escolhido, hoje, celebro com plena esperança essa solenidade. Dependente da graça de Deus e com o auxílio de nosso patrono São José”, disse Kadun Dornelles, da etapa formativa Síntese.

A vida de São José é totalmente marcada por muitas virtudes, já que ele foi o santo que mais pôde experimentar da intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo e com a Virgem Santíssima por ter tido a graça de ter sido o Chefe da Sagrada Família de Nazaré. 

Neste contexto, é possível destacar a virtude da obediência, visto que São José obedeceu perfeitamente à voz de Deus, por meio da voz do anjo, não apenas para receber a Virgem Maria por sua esposa, bem como para se deslocar para o Egito e, depois, para retornar à Terra Santa. Por isso, São José tornou-se um grande exemplo de obediência para todos aqueles que querem dedicar suas vidas a Deus no serviço à Santa Igreja. 

Na Carta Apostólica “Patris Corde”, o Papa Francisco relatou acerca da obediência de São José: “Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu ‘fiat’, como Maria na Anunciação e Jesus no Getsêmani. Na sua função de chefe de família, José ensinou Jesus a ser submisso aos pais (cf. Lc 2, 51), segundo o mandamento de Deus (cf. Ex 20, 12). Ao longo da vida oculta em Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai. Tal vontade torna-se o seu alimento diário (cf. Jo 4, 34). Mesmo no momento mais difícil da sua vida, vivido no Getsêmani, preferiu que se cumprisse a vontade do Pai, e não a sua, fazendo-Se ‘obediente até à morte (…) de cruz’ (cf. Fl 2, 8)” (Patris Corde, nº 3).

Desta forma, assim como São José, todos os seminaristas, que passam o seu longo e árduo período formativo no Seminário Arquidiocesano de São José, também são incessantemente convocados a progredir na virtude da obediência, a qual é extremamente necessária para se corresponder livremente ao chamado do Senhor para a vida sacerdotal em qualquer época, sobretudo nos tempos atuais. 

O Pai nutrício foi obediente para levar adiante a missão de amar, conduzir e zelar pela Sagrada Família, ou seja, por aquilo que havia de mais sagrado na sua vida. 

Os vocacionados ao sacerdócio e os próprios sacerdotes, por sua vez, buscam aprender com São José, que, apesar da miséria humana e, consequentemente, do pecado, quando se confia no amor e na bondade de Deus, é possível também abdicar da própria vida, com um coração indiviso, para amar verdadeiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo, na Eucaristia; à Virgem Maria; conduzir as almas dos fiéis para a eternidade junto de Deus e zelar pelo Corpo Místico de Cristo, a Igreja. 

Sobre a obediência de São José, o seminarista Lucas Manhães disse o seguinte: “A vida de São José é para nós o testemunho de um homem que viveu inteiramente para Deus, buscando obedecer aos seus desígnios em silêncio, sem dar ouvidos ao barulho do mundo, procurando somente cumprir com a vontade divina. É preciso que o vocacionado, em sua caminhada, imite essas qualidades tão importantes para alguém que procura concretizar aquilo que Deus o prometeu”, disse o seminarista Lucas Manhães, da Configuração I.

No dia do padroeiro deste ano, diferentemente dos dois últimos anos, as celebrações litúrgicas voltaram a acontecer nos seus lugares habituais, isto é, no Oratório do Seminário Arquidiocesano e na Igreja de São Pedro, no Rio Comprido. 

Sobre isso, o cônego Leandro Câmara, reitor do Seminário, disse: “A alegria voltou! Desde que no dia 06 de março de 2020, quando dispensamos os seminaristas para irem às casas de seus pais para retornarem no dia 12 de março daquele ano, o que, por também não ter sido possível, fez com que adiássemos tal retorno para o dia 19 de março, em cuja data também não pudemos voltar, nos impossibilitou a partir desses sucessivos adiamentos da alegria de festejar nosso padroeiro como tradicionalmente gostamos de celebrar. A ida dos seminaristas para as suas casas, o sistema remoto, que passou a comportar toda formação desde então, até termos a segurança de retornar presencialmente amparados nos protocolos e no suporte de médicos amigos que se voluntariaram a nos ajudar, foi o modo que responsavelmente encontramos para enfrentar tudo isso. E graças a esse sacrifício, hoje pudemos celebrar nosso padroeiro como fazemos todos os anos. A celebração de São José, no Seminário, move a tantos que é algo que fica para sempre guardado em nossa memória afetiva, tal como me disse um aluno: ‘A festa de São José é um ano novo para o Seminário.’”

No início da manhã, aconteceu a tradicional Alvorada de São José. Depois disso, o reitor do Seminário, cônego Leandro Câmara, presidiu as Laudes, no Oratório do Seminário Arquidiocesano, e, como momento ápice do dia, a Santa Missa, que foi precedida por uma bela procissão do Seminário Arquidiocesano à Igreja de São Pedro, foi presidida por Dom Roque Costa Souza, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e referencial para os Seminários. 

A solene celebração eucarística foi concelebrada por Dom Assis Lopes, que celebrou 19 anos de sagração episcopal, por Dom Juarez Delorto, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, pelo padre Waltemário Frazão, provedor da Irmandade de São Pedro, pelo cônego Leandro Câmara, reitor do Seminário, e pelos demais padres formadores e convidados. 

Sobre a participação nas solenes celebrações litúrgicas deste ano, o seminarista Arthur disse: “Inigualável experiência foi poder participar da festa de nosso glorioso patrono, São José. Desde quarta-feira, foi visível a unidade de oração de todos os seminaristas, que, confiantes no Senhor, imploraram pela assistência do esposo da Virgem Maria, o qual é, para nós, modelo de paternidade”, disse o seminarista Arthur Santana, do Discipulado II.

O arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, não pôde se fazer presente na celebração da Solenidade de São José deste ano, porém enviou a sua mensagem de agradecimento e felicitações a todos os seminaristas e formadores. Ele precisou viajar para o interior do Estado de São Paulo, onde participou da posse do bispo de São José do Rio Preto, Dom Antonio Emídio Vilar, diocese na qual também já foi bispo diocesano, de 1997 a 2004.

Além disso, é claro, também se fizeram presentes todos os seminaristas dos Seminários Maior, Menor, bem como os do Seminário Missionário Redemptoris Mater.  

Durante sua homilia, Dom Roque ressaltou: “Durante todo o tempo de formação, os formadores precisam ter um coração de pai, o coração de São José, porque estamos formando os futuros sacerdotes, pois, ainda que não sejam nossos filhos biológicos, são os filhos que iremos acompanhar durante toda a vida. São José nos ensina o caminho da obediência que exige a confiança em Deus.”

A celebração do patrono do Seminário Arquidiocesano foi concluída com um belo momento de congraçamento na sede do Seminário, no qual os seminaristas, os padres formadores e muitos outros padres da Arquidiocese do Rio de Janeiro puderam confraternizar no dia do padroeiro num espírito de unidade arquidiocesana. 

De fato, o retorno da celebração da Solenidade de São José ao seu formato habitual é um motivo de grande alegria para todos os seminaristas e formadores. Além disso, também é um precioso ensinamento deste santo padroeiro, que, com a sua vida, ensina que é preciso esperar com confiança e com o olhar fixo no Senhor tanto nos dias bons quanto nos dias ruins, pois, no final, a vitória será sempre de Deus na vida de todo o fiel. Logo, é preciso ir sempre à São José para aprender com ele a ser um vocacionado que se coloca à disposição de Deus diante de qualquer desafio ou intempérie da vida. 

 

Seminarista Islandsom Félix 

Foto: Carlos Ébano 

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