Seminaristas participam de Via-Sacra no Santuário Cristo Redentor

Como uma das atividades penitenciais no tempo da Quaresma, os padres formadores e cerca de 130 seminaristas do Seminário Arquidiocesano de São José e do Seminário Menor São João Paulo II meditaram a Paixão de Cristo, rezando a Via-Sacra, fazendo o percurso do Centro de Visitantes Paineiras até o Santuário Cristo Redentor, no Corcovado.

Ao chegar aos pés do monumento, os participantes foram acolhidos pelo reitor, padre Omar Raposo, que afirmou ser o Santuário Cristo Redentor um “lugar sagrado de encontro com a cultura, o turismo, a natureza, e de modo especial, com a sacralidade, origem do monumento”.

“Temos a maturidade de um santuário que quer crescer e se desenvolver cada vez mais. Venham sempre, tragam as suas paróquias para rezar, contemplar a beleza da cidade e fazer conexão com toda a sociedade”, acrescentou o reitor.
Destacando o trabalho dedicado dos formadores do seminário, padre Omar disse: “Agradeço a Deus pela vocação dos padres que estão à frente da formação dos futuros pastores da Igreja. Sempre de olhar fixo em Cristo, Ele que é a nossa esperança, rezemos para que nunca falte luz e sabedoria para nossos formadores”.

Em seguida, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, dirigiu a 15ª estação da Via-Sacra. Na sua mensagem, o arcebispo lembrou que o “cansaço do percurso para subir o morro possa ser um incentivo dos sinais que o Senhor coloca em nossa vida”.

“Unidos ao Senhor, temos muitos cansaços a vencer. Muitas pessoas sofrem no caminho da vida, e nós somos chamados s ser aqueles que anunciam a luz, que é Jesus Cristo”, destacou o arcebispo, e ao concluir a oração, concedeu a todos, na condição de peregrinos, a Indulgência Plenária, disposição concedida pela Penitenciária Apostólica por ocasião das comemorações dos 90 anos da inauguração do Cristo Redentor.

 

Caminho da Cruz

Para o seminarista Ítalo Santana, da configuração III, viver a Via-Sacra é viver o próprio caminho da Cruz de Jesus. “Tal caminho que percorremos nas 14 estações nos traz uma profunda meditação sobre a vida dolorosa de Jesus, ao tempo que podemos alcançar um grande valor espiritual, tendo em vista a salvação da Humanidade”.

É importante destacar que, na meditação da Via-Sacra, acrescentou Ítalo Santana, “além de nos despojarmos como Jesus através da nossa oração, meditando os mistérios do seu sofrimento, podemos lucrar indulgências por meio da tríplice condição: confissão, comunhão eucarística e rezar pelas intenções do Sumo Pontífice”, disse.

 

Fraternidade

Na opinião do seminarista Gabriel Pimentel, da configuração III, rezar a Via-Sacra subindo o monumento do Cristo Redentor, unido aos irmãos seminaristas e padres formadores, foi um momento muito significativo.
“Estarmos unidos no esforço de subir a pé até o alto do Corcovado e na meditação do caminho percorrido por Jesus em seus últimos momentos antes da sua crucifixão e morte, reavivou no meu coração a necessidade da fraternidade e da colaboração mútua na vida da Igreja e, com a graça de Deus, futuramente, no clero”.

“Pela fraternidade, nos tornamos mais fortes para carregar as cruzes cotidianas e assim realizar a vontade de Deus na nossa vida”, concluiu Gabriel Pimentel.

 

Configurar-se a Cristo

Segundo o seminarista Carlos Eduardo Hermeto, da configuração I, o tempo quaresmal é marcado pela meditação da paixão de Cristo por pequenos sacrifícios voluntários que são oferecidos para configurar a Ele.

“Não é um período de tristeza, mas sim de preparação para o encontro da redenção pascal. Para eu praticar o exercício da Via-Sacra no santuário numa sexta-feira foi de extrema importância neste sentido. Pois se por um lado meditamos as dores de Cristo na Via-Sacra, por outro relembramos que o Cristo Redentor nos espera no final da Quaresma”, disse Carlos Eduardo.

Razão do chamado “Quaresma, tempo propício para conversão, mudança de vida”, destacou o seminarista Alan Galvão de Paula, do 2º de teologia. Para ele, “participar da primeira edição da Via-Sacra da história do Santuário do Cristo Redentor foi uma excelente oportunidade para configurar ainda mais a Cristo Sumo e eterno sacerdote, que por amor pela Humanidade se entregou à morte e morte de Cruz”.

“Quanto mais subíamos a estrada do Corcovado, podíamos contemplar com mais clareza a cidade do Rio de Janeiro, e meditando o sofrimento do Senhor era possível lembrar e compreender a razão de nosso chamado, de que ‘todo sacerdote é tirado do meio dos homens para agir em favor dos homens nas coisas de Deus’ (Hb 5,1), e ao final poder contemplar o Cristo Redentor que de braços abertos nos acolhe e nos impulsiona a seguir firmes na missão, por ele confiada. Sem dúvida, foi uma excelente experiência de encontro com Deus”, afirmou o seminarista Alan Galvão.

 

Dar a vida pelas ovelhas

Já para o seminarista Gabriel da Cunha Stilpen, da configuração 3, teologia 3, “meditar a Via-Sacra subindo ao encontro do Redentor ao topo do Corcovado faz-nos meditar a que o caminho do Calvário se dispõe para cada um de nós: encontrarmos com o Cristo. Para nos encontrarmos com Ele, a Via-Sacra é o caminho percorrido junto d’Ele, que nos encaminha ao Pai. Sim, porque foi por amor a nós que Ele se entregou e morreu na cruz. E, caminhando com Ele pelo caminho da Via Dolorosa, com Ele também ressuscitaremos”.

Esta imagem – segundo o seminarista Gabriel Stilpen – ficou bem ilustrada para todos na primeira vez que o Santuário Cristo Redentor organizou a prática devocional quaresmal, dentro das comemorações dos seus 90 anos.

“Pois ao caminharmos pelas Paineiras meditando a Via-Sacra, e ao concluirmos contemplando o Cristo Redentor, percebemos que aqueles que caminham muitas vezes pela via da dor chegarão à glória e verão a face de Deus. O monte é por excelência nas Escrituras o local onde Deus se manifesta, e ao contemplarmos a imagem de Seu Filho, de braços abertos a nos aguardar, abençoando a nós e a toda a nossa cidade, devemos entender como este é o lenitivo de nossa fé, pois que as dores deste mundo não se comparam à glória futura que esperamos em Cristo Jesus! Ele é a nossa esperança, o nosso conforto e fortaleza nas adversidades cotidianas”, disse.

O seminarista Gabriel Stilpen também destacou: “Para nós, vocacionados ao sacerdócio, é sempre bom virmos até aqui olhar para o Redentor, e d’Ele aprender a compaixão, a doação e o amor que devemos ter para com o próximo, a fim de como Ele sermos bons pastores, dois quais a Igreja necessita, capazes de sofrer e dar a vida pelas ovelhas, para que elas façam a experiência com o Pai e experimentem d’Ele a glória. Que este percurso quaresmal que vivemos seja uma oportunidade para com Cristo sofrermos e com Ele sermos ressuscitados”, concluiu.

Carlos Moioli

Foto: Gustavo de Oliveira 

 

 

 

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