Tempo da criação: celebração e compromisso com a vida

Criado na Igreja Católica, pelo Papa Francisco, o tempo da Criação, que começa no dia 1º de setembro e termina no dia 4 de outubro, na festa de São Francisco de Assis, tem como objetivo:

  1. Aumentar o nosso louvor ao Criador por tudo aquilo que Ele criou e colocou em nossas mãos para ser administrado com cuidado e responsabilidade;
  2. Tomada de consciência da grandeza da obra criacional e da importância da Aliança feita pelo Criador com todas as criaturas (Gn 9,8-17);
  3. Reencantar com a presença do Espírito Santo na singularidade de cada ser criado, revelando-nos mistério e fascínio com tudo o que habita na Casa Comum planetária;
  4. Rezar e agradecer ao Criador pela beleza de sua obra, lembrando-nos das instituições e pessoas que lutam pelo equilíbrio climático, a conservação da natureza e a ecologia integral;
  5. Fazer gestos concretos para melhorar a vida das pessoas, a preservação dos biomas, a diminuição do consumo, a reciclagem e o aumento de áreas verdes nas cidades;
  6. Mudança de mentalidade, através da conversão e mudanças de hábitos e costumes que são insustentáveis;
  7. Trazer a temática da Criação para as nossas liturgias, sobretudo agora que temos a missa pela proteção da Criação, estabelecida pelo Papa Leão XIV.

Na mensagem do Papa Leão XIV, em 2025, sobre sementes de paz e esperança, o Sumo Pontífice faz três considerações.

A primeira é que hoje temos um imperativo ético-religioso de cuidar da Criação como uma questão de fé e humanidade, cuidando e guardando o jardim do mundo, que é a nossa Casa Comum.

A segunda é a constatação de que o planeta Terra está progressivamente caindo numa ruína, que poderá ter sérias e catastróficas consequências para a sociedade.

A terceira consiste na nossa missão de guardar o jardim do mundo, praticar a justiça ambiental como uma necessidade urgente, e sermos sementes de esperança e paz, através de gestos concretos.

Para que este tempo da Criação seja realidade em nossa Arquidiocese do Rio de Janeiro, algumas ações concretas estão sendo planejadas, a saber: inauguração do Jardim de Plantas Bíblicas na Catedral Metropolitana;

plantio de mudas em cada vicariato geográfico, com o objetivo de motivar as pessoas a plantar árvores e aumentar as áreas verdes, sequestrar o carbono, melhorar o microclima nos bairros e minimizar os impactos das mudanças climáticas em nossa cidade;

realizar programa de conscientização na Rádio Catedral;

ampliar as áreas verdes nas propriedades da arquidiocese, iniciando com um plantio de árvores da Mata Atlântica na casa de retiro do Sumaré no dia 21 de setembro, participando do grande movimento que acontecerá no Dia da Árvore em todo o Brasil;

celebrar, no dia 4 de outubro, na festa de São Francisco de Assis, patrono da Ecologia, uma missa no Santuário Cristo Redentor, com entrega de diplomas e medalhas às pessoas que têm contribuído com o meio ambiente na cidade do Rio de Janeiro.

Outras iniciativas, como reciclagem, hortas comunitárias, mutirões e palestras, poderão ser realizadas nos vicariatos e paróquias, mostrando o nosso compromisso com o meio ambiente, sobretudo em tempos de proximidade da realização da COP-30 em Belém do Pará.

 

Padre Josafá Carlos de Siqueira SJ

Vigário Episcopal para o Meio Ambiente e Sustentabilidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

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