Em 25 de abril, Dom Orani João Tempesta completa 25 anos de episcopado, dos quais 13 eu tive o privilégio de acompanhar bem de perto. Foi em 19 de abril de 2009 que a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro ganhou o seu 18º arcebispo. No discurso de posse, em uma Catedral lotada, Dom Orani falou sobre o seu lema episcopal “Para que todos sejam um” e sobre o desejo de lutar pela unidade em um mundo tão violento e intolerante.
Na ocasião, ele ressaltou a diversidade de dons e carismas da Igreja que faz a razão primeira da evangelização! Rapidamente foi possível perceber que esse lema seria norteador do seu governo, que ele não mediria esforços para que a unidade fosse alcançada.
Construtor de pontes, homem do diálogo, Dom Orani é acolhido e respeitado nas mais diversas realidades dessa grande cidade! Para pregar a unidade e conhecer o seu rebanho, ele literalmente andou por todo o Rio de Janeiro. Estendeu as festividades do padroeiro por 13 dias e peregrinou com São Sebastião incansavelmente.
Enquanto jornalista da Arquidiocese do Rio de Janeiro, tive o privilégio de acompanhar durante muitos anos a Trezena de São Sebastião e muito aprender com o nosso pastor. Observando Dom Orani, aprendi que muito mais importante do que evangelizar com palavras é transmitir o amor de Deus através das atitudes.
Dom Orani é assim: não obstante o calor de 40 graus do verão carioca, nem o cansaço de 13 dias de caminhada e celebrações, rezava a missa em todas as comunidades com o mesmo ardor missionário na primeira e na última visita do dia. Não existe uma comunidade da Arquidiocese do Rio de Janeiro que não tenha recebido a sua visita pastoral e a vitalidade de sua presença.
Enquanto jornalista, eu não poderia deixar de destacar o grande comunicador que Dom Orani é. Com ele aprendi e continuo aprendendo sobre informação de qualidade e evangelização através dos meios de comunicação social. Um homem do seu tempo, que está sempre atento ao desenvolvimento tecnológico e às plataformas de comunicação. Ele sempre incentivou a estruturação e o desenvolvimento do Vicariato para a Comunicação Social, mostrando a importância que dá aos trabalhos de evangelização nas diferentes plataformas.
É sempre um grande prazer entrevistá-lo, um homem com informações claras e diretas. Dom Orani nunca recusa uma entrevista, está sempre solícito aos pedidos dos repórteres, independente dos veículos que trabalhem. Para o nosso pastor, comunicar é ir ao encontro do outro e isso muito eu admiro.
No início do período pandêmico, enquanto o mundo tentava entender o que estava acontecendo, quando fomos obrigados a nos afastar das nossas paróquias, Dom Orani não teve dúvidas, agiu rápido e foi para os estúdios gravar para que, através dos meios de comunicação, nenhuma pessoa ficasse sem o conforto espiritual.
Dom Orani vai ao encontro do pobre e dos que mais sofrem. Muitas vezes o acompanhei nas periferias, nos presídios e pude ver a sua abertura e diálogo. Vai ao encontro das mais diferentes manifestações culturais; dialoga com todas as religiões; recebe políticos; e transmite, em todas as ocasiões, uma mensagem fundamentada no amor de Deus por todos, sem distinção.
Em sintonia com o Papa Francisco, Dom Orani é um “pastor com cheiro de ovelhas”, próximo do seu povo, amigo do clero, acolhedor e generoso para com todos. Está sempre atento às mensagens do pontífice e às diretrizes para a nova evangelização.
Eu poderia escrever ainda sobre muitas outras qualidades do Dom Orani, afinal ele é referência em minha vida. Durante os 13 anos de arcebispado no Rio de Janeiro, tenho o prazer de com ele partilhar a vida. Um homem que muito me inspira. Com suas orientações me formei em comunicação social e concluí o mestrado. Dom Orani assistiu o meu casamento e batizou o meu filho. Com ele partilhei alegrias, conquistas e, principalmente, orações. Através dele me sinto mais próxima de Deus!
Leanna Scal, Jornalista