Dom Antônio Catelan: “Como é lindo ver a Catedral cheia de pessoas procurando a Deus”

O bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e animador do Vicariato Episcopal de Pastoral, Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, ministrou a segunda pregação sobre juventude missionária e sobre o Sínodo Arquidiocesano para as Missões, que acontecerá até o dia 8 de junho do Ano Santo de 2025.

“Viemos fazer memória do legado da Jornada Mundial da Juventude como um momento missionário que a Arquidiocese do Rio de Janeiro vive neste e no próximo ano, neste segundo Sínodo Arquidiocesano das Missões. A Jornada da Juventude desencadeou esse processo bonito de evangelização e de continuação do anúncio da Palavra de Deus. Mas nós temos diante de nós um grande desafio, no qual chamamos de desafio evangelizador e missionário, que é nos encher de Cristo para partilhar essa fé. A melhor coisa que aconteceu em nossa vida foi ter encontrado e conhecido Jesus Cristo. E a melhor coisa que podemos oferecer para outras pessoas é a oportunidade de se encontrar com Jesus e conhecê-Lo, além de viver a experiência de ser Igreja e estar em comunhão com Jesus Cristo. Isso é o coração da missão”, explicou.

Dom Catelan reforça que o Papa Francisco, através da sua Carta Encíclica “Fratelli Tutti”, convida todos os cristãos a romper barreiras para o amor, a fraternidade e a amizade social.

“O documento “Alegria do Evangelho” diz que devemos nos inquietar e ficarmos incomodados com o grande número de pessoas que ainda não conhecem Jesus, e que ainda não têm o consolo de fazer parte de uma comunidade de fé e uma verdadeira família. Não ter isso é viver de modo muito empobrecido humanamente”, ressaltou.

O bispo auxiliar explicou aos fiéis sobre o que é um sínodo e como essa grande iniciativa arquidiocesana para as missões está acontecendo no Rio de Janeiro, a fim de buscar renovação e dinamização da vida e ação eclesial.

“O Sínodo que fazemos na Arquidiocese do Rio requer duas coisas: organizar estruturas de missão permanente para que a nossa Igreja esteja sempre em saída, sempre indo ao encontro dos outros e oferecendo a oportunidade de conhecer Jesus; e organizar as ações missionárias. Convido vocês jovens a também se envolverem, fazerem os mutirões de visitação de casa em casa, andar pelas comunidades. Quando, através dessas atividades, repartimos a fé com o outros, nós saímos ainda mais entusiasmados, mais preenchidos porque encontramos pessoas com o coração aberto, onde a gente menos imagina. E muitas pessoas agradecem a visita, pois levamos a palavra de Deus, oração, canto, água benta, além daqueles poucos minutos de diálogo. Nós vemos nos olhos das pessoas, e isso faz muita diferença na vida delas, renova a fé dessas pessoas e da nossa fé também, pois o melhor modo de crescer na fé é repartindo a fé; crescer na amizade com Jesus é ajudar fazer novos amigos e amigas para Jesus”, explicou.

Dom Catelan destacou que a melhor dinâmica para fazer missão é através do contato presencial com as pessoas. As estruturas para a missão são construídas através do nosso empenho e vontade de transmitir a fé para os outros individualmente e pessoalmente.

“Nós saímos para fazer missão nos transportes públicos (ônibus, trem, metrô, Uber) e nos ambientes que a gente frequenta. Ao levar um símbolo religioso no pescoço ou na estampa de uma blusa, uma frase da Bíblia lida pela manhã, as pessoas nos olham diferente quando precisam de Deus. E se nós dermos chance, elas nos perguntam e isso é uma oportunidade de começar uma conversa. Mas ao invés de logo passar a mensagem de Deus, temos de acolher a pessoa. O primeiro Evangelho que concedemos à pessoa é a atenção, a disponibilidade, o carinho, a humanidade. Isso abre a porta. E, se a pessoa passar por alguma dificuldade, se tem alguma dúvida, ela poderá se abrir um pouco. Fazemos a escuta, sem interromper; emprestamos o coração, com toda a disponibilidade, e a hora que terminamos a conversa, olhamos bem no olho da pessoa e falamos: minha irmã, meu irmão, você estará nas minhas orações daqui para frente. E se conseguir, anuncie a Palavra de Deus. Se fizermos isso uma vez ao mês, conseguiremos irrigar o solo da nossa cidade com cordialidade e virtudes humanas que constroem uma cidade melhor. São sementes de um mundo melhor. E o mais importante de tudo: com Deus. Você, meu irmão, você minha irmã, pode ser um missionário e uma missionária. Você foi batizada, você foi batizado. A Santíssima Trindade habita no seu peito. Você está ungido e ungida com o óleo santo. E você tem poder para transmitir o amor de Jesus Cristo a outras pessoas. Deixe se levar pelo seu amor a Jesus, pela sua fé e torne-se um missionário nas suas relações, nas suas amizades, nos seus ambientes”, encorajou.

O animador episcopal do Vicariato de Pastoral, Dom Catelan, estimulou os jovens a diminuírem o tempo de permanência na internet e habitar mais presencialmente com a pessoas, a fim de tornar a própria experiência cristã e humana mais profunda.

“Descola do celular, não fica grudado nele o tempo todo. Olhe para pessoas, pesque almas, esteja interessado em ajudar outras pessoas a fazerem a experiência da salvação. E vocês verão que a vida ficará melhor, será mais bonita, a nossa mente vai abrir. Amizade com Jesus e missão são como a nossa respiração. Além de oxigenar o nosso organismo espiritual, oxigenar os pulmões, o sangue, o coração, encontramos caminhos para crescer na fé. Isso pode tornar o nosso mundo melhor no ponto de vista social, porque pessoas que são amigas de Jesus não fazem mal para os outros, não são violentas, não geram desunião. Ou seja: não apenas cresce a Igreja, como melhora o mundo. O mundo pode ser melhor se formos missionários”, animou.

Dom Antonio Catelan disse que o lema da JMJ Rio2013, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), está profundamente ligado com esse momento missionário em que vivemos. “É o legado da Jornada que vai se aprofundando e se tornando um rio caudaloso em nossa existência”, destacou.

Ao final da pregação, Dom Catelan leu alguns trechos do Carta Encíclica do Papa Francisco “Fratelli Tutti”, e motivou os jovens a exercerem a missão de anunciar Jesus Cristo, no dia a dia, em meio à rotina. O bispo frisou quatro passos: diálogo, demostrar interesse pela pessoa, deixar a pessoa falar e fazer escuta atenta, prometer a sua oração.

 

Rita Vasconcelos / Carlos Moioli

 

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