“São os primeiros frutos do Seminário Missionário Redemptoris Mater”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ao ordenar sacerdotes os diáconos David Campos Sevillano (Espanha), Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro (Brasil) e Omar Huerta Ramirez (México), durante celebração eucarística realizada na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 3 de dezembro.
“A ordenação de três sacerdotes missionários nos faz pensar sobre a importância da missão. A Igreja é essencialmente missionária. Sua missão, recebida do próprio Senhor, é anunciar a todos a Boa Nova do Reino. Temos na própria arquidiocese muitos locais que necessitam de evangelização, de formação de comunidade, de levar as pessoas ao encontro com o Senhor, mas os sacerdotes são ordenados para a Igreja, e podem ser enviados em missão para qualquer lugar do mundo onde houver necessidade”, disse Dom Orani.
O Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater do Rio de Janeiro foi erigido por Dom Orani, de forma canônica, na Solenidade de Todos os Santos, dia 3 de novembro de 2013, com o objetivo de preparar na arquidiocese sacerdotes para a Nova Evangelização para o Rio de Janeiro, o Brasil e todo o mundo.
A missa de ordenação contou com as presenças dos bispos auxiliares Dom Roque Costa Souza e Dom Antonio Dias Duarte, e entre os sacerdotes, o reitor do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater do Rio de Janeiro, padre Marcos André Nascimento Silva, o vice-reitor, padre Rafael Enrique Macedo e diretor espiritual, Juan Salvador M. Copovi. Também presentes membros da equipe de catequistas responsáveis pelo Caminho Neocatecumenal.
Logo após a celebração eucarística Dom Orani entregou as provisões aos sacerdotes ordenados. Como presbíteros diocesanos e missionários da Arquidiocese do Rio de Janeiro exercerão o ministério presbiteral primeiramente nas seguintes paróquias: padre Pedro, na Paróquia Jesus de Nazaré, na Maré; padre David, na Paróquia Santo André, em São Cristóvão; padre Omar, na Paróquia São João Batista, em Campo Grande.
Colocar-se a caminho
Na homilia, Dom Orani disse que as leituras da liturgia do dia eram direcionadas aos novos sacerdotes, mas que também serviam ao povo de Deus. Ao evidenciar as palavras que Jesus perguntou a Pedro: “tu me amas?”, o arcebispo lembrou que para servir e apascentar o povo de Deus supõe amar Jesus Cristo.
“Nós que recebemos o anúncio do Evangelho afirmamos que encontramos pessoalmente com Cristo, o Messias, e colocamos n’Ele toda nossa vida, a nossa esperança. Quem experimenta o seu chamado, sente o coração arder e responde com generosidade, e não deve ter outro modo de viver do que anunciá-Lo através da vida, com gestos e palavras, ainda mais neste tempo de tantas divisões, confusões e dificuldades”, disse.
O arcebispo observou que o Ano Vocacional que a Igreja no Brasil está vivendo quer recordar todas as vocações, e que todas elas brotam do chamado do Senhor. Além da vocação batismal, acrescentou Dom Orani, o Senhor também chama quem Ele quer para o serviço, a missão, cujo ministério foi sendo discernido pela Igreja através dos tempos, quando se organizou as várias maneiras de ordenar os seus diáconos, presbíteros e bispos.
“Os novos sacerdotes foram chamados pelo Senhor à vida cristã, à missão, escolhidos antes de serem formados no seio de suas mães. O Senhor sabe de nossa realidade e fragilidade, e mesmo assim Ele nos escolhe para que se manifeste o Seu poder. Somos ‘vasos de barro’, mas carregamos o tesouro do anúncio do Reino de Deus”, disse.
Recordando o padroeiro das Missões, São Francisco Xavier, cuja memória estava sendo celebrada no dia, Dom Orani destacou que o Ano Vocacional Missionário em andamento na Arquidiocese do Rio de Janeiro era uma “oportunidade para animar a dimensão missionária, de se colocar a caminho de quem ama o Senhor, de anunciar a Boa Notícia as pessoas que necessitam da proximidade do Senhor que às vezes estão abandonadas, sozinhas, não conseguem enxergar o que acontece nas suas próprias vidas”.
“Nós bendizemos a Deus pelo chamado e os passos dados pelos nossos três irmãos que foram ordenados sacerdotes. Pedimos ao Senhor, que faz maravilhas, que possa continuar conduzindo suas vidas na santidade. De corações abertos, possam servir a Igreja na caminhada da vida diocesana ou onde a Providência de Deus os enviar no futuro, sempre obedientes a Palavra de Deus e anunciando a Boa Nova para proporcionar a possibilidade de Deus junto às pessoas”, finalizou o arcebispo.
Gratidão
No final da celebração, em nome dos três recém ordenados, o padre Omar Huerta Ramirez, de origem mexicana, agradeceu o carinho de Dom Orani e dos bispos auxiliares Dom Antonio Augusto e Dom Roque que acompanham a formação do Seminário Missionário Redempotoris Mater.
“Somos testemunhas do amor da Igreja através de seu amor e presença. Para nós e o Seminário Missionário é uma demonstração de que a Igreja é viva, ama e perdoa, e vemos que o exercício de seu ministério pastoral tem sido fecundo”.
Padre Omar também agradeceu aos catequistas do Caminho Neocatecumenal no Brasil – Padre José Folqué e Raúl Viana – que acompanham o Seminário Missionário desde o início e têm sido “testemunhas da potência da Palavra do amor de Cristo”. Agradeceu ainda aos catequistas do Rio de Janeiro – Padre Raúl Escudero, Marcos Antônio P. Gomes e Eunice A. de Souza – “por cada escrutínio e cada palavra que manifesta o amor do Cristo ressuscitado”.
Primeiros frutos
Na sua mensagem, o bispo auxiliar e animador dos seminários, Dom Roque Costa Souza, recordou os inícios do Seminário Missionário Redemptoris Mater, seu acolhimento na arquidiocese e que ele é fruto da Jornada Mundial da Juventude.
Ao manifestar aos novos sacerdotes o desejo de perseverança no ministério, uma nova vida, disse que a missão “começou desde o momento em que os jovens acolheram o chamado missionário de sair de suas terras e ir morar no seminário”.
“A nossa arquidiocese se sente muito feliz pelo trabalho desenvolvido pela comunidade formadora do Seminário Missionário e pelo acompanhamento do presbitério durante os últimos nove anos, na qual agora vemos os frutos que nos deixa com o coração vibrante”, disse.
Ao afirmar que é Deus quem chama, Dom Roque desejou que “a presente ordenação possa provocar o coração de muitos jovens e que eles acolham o chamado de Deus e que não tenham medo de realizar todo o caminho de discernimento”.
Sofrer pela Humanidade
O reitor do Seminário, padre Marcos André, agradeceu, na pessoa de Dom Orani, a toda a Arquidiocese do Rio de Janeiro e também aos catequistas que têm conduzido a todos na iniciação cristã, que é o Caminho Neocatecumenal.
“Nas comunidades temos encontrado o amor de Deus, como um palco da nossa história onde Ele Se manifesta com seu imenso amor e a Igreja como uma mãe que nos acolhe”.
Aos recém ordenados, padre Marcos lembrou que “ser presbítero significa também sofrer pela salvação da humanidade, mas que não tenha medo: irmãos, coragem!”.
Por fim, pediu a todos que rezem pelos recém ordenados para que sejam “presbíteros castos, pobres, humildes, obedientes e missionários, pela graça e gratuidade de Deus”.
Renovar a Igreja pelo Batismo
Na sua mensagem, o catequista responsável do Caminho Neocatecumenal no Brasil, padre José Folqué, agradeceu a Dom Orani por ter acolhido no Rio de Janeiro o Seminário Missionário Redemptoris Mater como obra do Espírito Santo, e que “ele enriquece a arquidiocese no sentido que forma presbíteros para o mundo inteiro, porém unidos à arquidiocese, que é aquela que envia, reza e sustenta na comunidade paroquial”.
A presença do Caminho Neocatecumenal na comunidade paroquial, segundo o padre José, “deixa patente que o amor de Cristo é a luz que evangeliza, porque a Palavra é unida aos milagres. O Concílio Vaticano II disse sobre o milagre moral e que a Igreja se ame, porque na unidade perfeita como o Pai está unido ao Filho e o Filho unido ao Pai o mundo acreditará. É o sinal”.
Padre José convidou os presbíteros presentes e que acompanhavam a celebração a colocar o Caminho Neocatecumenal em suas paróquias: “Colocar o Batismo é colocar a Páscoa, a porta da entrada, que é estreita, porque é a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. De levar os fiéis a conhecer as águas do Batismo para renovar a Igreja e fazê-la missionária, porque o único que evangeliza é o amor”, concluiu.
Carlos Moioli