No próximo dia 25 de abril deste ano, louvaremos e agradeceremos a Deus pelo Jubileu de Prata Episcopal de Dom Orani João Tempesta, de quem a Providência Divina se serviu para o pastoreio do povo de Deus em sua Igreja.
Na vida há acontecimentos e datas que não podemos esquecer e no que diz respeito à vida e ao ministério ordenado, muito mais se torna importante fazer memória, principalmente como atitude de ação de graças pelo dom recebido.
Todos nós, que tivemos a feliz oportunidade de conhecer Dom Orani de perto, reconhecemos nele um pastor que se doa em sacrifício e precede o povo santo de Deus na caridade, nutre-o com a palavra, confirma-o com os sacramentos e, consumindo a vida por Cristo e a salvação dos irmãos, esforça-se para se conformar à imagem do próprio Cristo e continuamente testemunha a fé e o amor no Senhor.
Nossas orações se elevam aos céus nesta data festiva a Deus para que confirme este bispo e cardeal da Igreja como servo e testemunha da caridade divina e da verdade no mundo e fiel ministro da reconciliação.
Celebrar com Dom Orani esta data jubilar é celebrar a vida, pois o bispo não é apenas o homem da liturgia, mas aquele que faz da sua vida um culto litúrgico, identificando-se com a realidade da cruz, que é doação, amor e entrega aos irmãos e à Igreja, fazendo da sua vida um sacramento intenso e fecundo.
Nossa Diocese de Catanduva, no Estado de São Paulo, diocese ainda nos seus 22 anos de juventude, tem muito a agradecer a Dom Orani por sua existência.
Foi graças à dedicação e empenho de Dom Orani, quando ainda bispo de Diocese de São José do Rio Preto (SP), que hoje somos uma Igreja particular.
O desejo de que Catanduva pudesse um dia tornar-se diocese vinha de longa data.
Chegou o ano de 1999.
Dois anos depois de sua posse como bispo em São José do Rio Preto, e após meses de trabalho, é finalizado o iter dos documentos necessários exigidos pelo Dicastério Romano responsável pela criação de novas dioceses, a Congregação para os Bispos.
Dom Orani João Tempesta, então bispo diocesano de São José do Rio Preto, viaja à Roma para protocolar na referida congregação os documentos, requerendo a criação da então Diocese de Catanduva.
Tive a feliz oportunidade de acompanhar Dom Orani nesta viagem, a seu convite. Dias felizes hospedados no então mosteiro cisterciense romano da Basílica da Santa Cruz, em Jerusalém.
Era prefeito da congregação à época o Cardeal Lucas Moreira Neves, brasileiro, que, embora na ocasião estivesse muito enfermo, atendeu os requerentes no dia 6 de julho de 1999, em audiência, às 10h, dia muito quente em pleno verão em Roma, protocolou as vias dos documentos exigidos para tal assunto e, naquela ocasião, informava que o assunto da possível criação da Diocese de Catanduva entraria na pauta da primeira reunião da Congregação para os Bispos que aconteceria no mês de outubro do mesmo ano, logo após as férias de verão na Europa.
Nesta mesma data, era também entregue ao núncio apostólico do Brasil, à época Dom Alfio Rapsarda, pelo então chanceler da Cúria Diocesana de São José do Rio Preto, padre Manoel Bezerra de Lima, cópia dos mesmos documentos que estavam sendo entregues em Roma.
A expectativa à época era a de que, se a solicitação da criação da possível Diocese de Catanduva fosse aprovada, provavelmente o seria dentro de alguns anos; fala-se na altura de cinco a sete anos de espera.
Surpresa geral foi quando para o dia 9 de fevereiro de 2000, apenas sete meses depois do protocolo na Congregação para os Bispos, Dom Orani João convoca todo o clero e o povo de Deus para um comunicado oficial, ainda em segredo pontifício, às 12h, na Basílica Menor de Nossa Senhora Aparecida, em São José do Rio Preto.
Nesta ocasião solene, Dom Orani comunicava oficialmente a criação da Diocese de Catanduva pelo Papa João Paulo II e anunciava que o primeiro bispo diocesano seria Dom Antonio Celso de Queiroz, até então bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP) e, ainda, que a instalação da diocese e posse do primeiro bispo diocesano ocorreria 45 dias depois, às 16h, no dia 25 de março de 2000, na Festa da Anunciação, na Igreja escolhida como a futura Catedral, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, dado que a Igreja Matriz de Catanduva era estruturalmente muito pequena para tal.
Por tudo isto, somos imensamente agradecidos; pelo esforço, zelo e dedicação e, principalmente, por Dom Orani ter sido fiel amigo e pai espiritual que nos conduziu, amorosamente, como bispo diocesano até a data de 9 de fevereiro de 2000.
Que todos saibam que somos muito felizes e sentimo-nos agraciados por ter tido Dom Orani em nosso meio naqueles anos, parte integrante de nossa história diocesana.
Nós reconhecemos o pastor precioso que Dom Orani é nas mãos de Deus, e nesta data tão significativa, com o respeito e a admiração que sempre mereceu, lhe dedicamos de todo o coração estas palavras sinceras: feliz Jubileu Episcopal!
Nós lhe parabenizamos e pedimos as bênçãos de Deus e que a Virgem Mãe Santíssima o cubra e proteja com Seu Manto Celestial, estando à frente de todas as dificuldades e obstáculos que se puserem em seu caminho.
Nossos sinceros parabéns a Dom Orani neste dia tão grandioso de seu jubileu episcopal, e que a ação do Espírito Santo lhe impulsione cada vez mais a assumir sua missão no episcopado.
Padre José Luiz Cassimiro
Pároco da Paróquia São José, em Itajobi | Diocese de Catanduva (SP)