Declaração do Esporte para Todos

O esporte de inclusão social orientou toda a Cúpula Internacional do Esporte realizado no Vaticano, promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e pelo Dicastério para a Cultura e a Educação.

Os três grandes temas analisados nos dias 29 e 30 de setembro fazem parte da “Declaração do Esporte para Todos”, um convite concreto às 200 pessoas do mundo do esporte, de 40 países, envolvidas na Cúpula, que se comprometerem com ações dentro dos três elementos que fazem parte do documento: a coesão, a acessibilidade e o esporte ser adaptável a todos.

Segundo os organizadores, o principal objetivo da Cúpula foi instigar “o mundo do esporte e as políticas internacionais, regionais e locais a abraçar a Declaração que os participantes apresentarão, comprometendo-se a trabalhar pela integração das pessoas na sociedade por meio do esporte”.

Estiveram presentes na cerimônia o reitor do Santuário Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, padre Omar Raposo, e o advogado, coordenador do Núcleo Esporte e Fé do Santuário Cristo Redentor e coordenador acadêmico do Programa FGV/FIFA/CIES em Gestão de Esporte, Pedro Trengrouse.

Também o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues Gomes, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, o diretor de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro, Daniel Brito, o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol Mauro Silva, e o vice-presidente de governança corporativa da Federação Paulista de Futebol, Mislaine Scarelli.

 

Papa Francisco: ‘O esporte é gerador de comunidade’

O Papa Francisco entrou em campo no final da tarde do dia 30 de setembro. Entre as quatro linhas da Sala Paulo VI, o jogo foi vivido com “espírito amador”, como o Pontífice gosta sempre de salientar, entre atletas, dirigentes e autoridades esportivas de 40 países que formavam um grande time para encerrar as atividades de dois dias da Cúpula Internacional do Esporte realizada no Vaticano.

“Vocês são movidos por uma nobre motivação: a de se comprometer com a promoção de um esporte que seja para todos, que seja ‘coeso’, ‘acessível’ e ‘adaptável para todas as pessoas’. Um grande compromisso, sem dúvida, um desafio que ninguém é capaz de realizar sozinho. Mas vocês sabem muito bem que para atingir objetivos altos, árduos e difíceis – altius, citius, fortius – é preciso jogar em equipe, é preciso se unir, communiter – em comum.”

 

O esporte resgata a dignidade

Em discurso, o Papa lembrou que “a Igreja está próxima ao esporte porque acredita no jogo e na atividade esportiva como um lugar de encontro entre as pessoas, de formação de valores e de fraternidade”, “um gerador de comunidade” e “um símbolo de unidade”, integração, coesão e mensagem de concórdia e paz:

“Hoje, temos grande necessidade de uma pedagogia de paz, de fomentar uma cultura de paz, a partir das relações interpessoais diárias até chegar àquelas entre os povos e as nações. Se o mundo do esporte transmite unidade e coesão, pode se tornar um aliado formidável na construção da paz.”

Papa Francisco, então, volta a solicitar a participação dos atletas de alto rendimento, que são pontos de referência aos mais jovens para ajudar a combater a cultura do descarte, através da responsabilidade educativa e social. Afinal, acrescenta o Pontífice, a prática do esporte orientada para a educação pode ajudar a “resgatar a dignidade” ou seguir um caminho totalmente contrário:

“Fora dessa lógica, corre-se o risco de cair na ‘máquina’ do business, do lucro, de uma espetacularidade consumista, que produz ‘personagens’ cuja imagem pode ser explorada. Mas isso não é mais esporte. O esporte é um bem educativo e social e deve permanecer assim! É por isso que temos a responsabilidade de garantir que o esporte seja acessível a todos.”

 

A casa do esporte

Mas não basta que seja acessível, recorda o Papa, deve oferecer  acolhimento e ser promovido sob medida às pessoas para que consigam desenvolver os próprios talentos a partir da própria condição, também de fragilidade e deficiência. “Uma aventura que vocês, atletas, conhecem bem, porque nenhum de vocês é super-homem ou supermulher: vocês têm seus limites e tentam fazer o melhor que podem”, disse o Papa, que conclui o discurso dizendo:

“Encorajo vocês a lutar para que o esporte seja uma casa para todos, aberta e acolhedora. Nesta casa, nunca perca um ambiente familiar: que se possa encontrar, mesmo no mundo do esporte, irmãos e irmãs, amigos e amigas.”

 

Da Redação, com informações do Vatican News

 

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