‘Diáconos na caminhada a serviço da missão da Igreja’

Diácono Roberto dos Santos participa de encontro em Assis para partilhar sua experiência com os diáconos italianos

 

O diácono Roberto José dos Santos participou de um congresso de diáconos em Assis, na Itália, realizado de 3 a 6 de agosto, no qual deu testemunho de sua experiência de trabalho pastoral junto à Pastoral do Menor.

Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, o diácono Roberto dos Santos exerce seu ministério na Paróquia Santa Edwiges, em São Cristóvão, e o ofício de assistente eclesiástico da Comissão Arquidiocesana de Assistência Religiosa ao Adolescente Privado de Liberdade.

À luz da Encíclica “Fratelli tutti”, do Papa Francisco, o 28º Congresso dos Diáconos Italianos realizado em Assis, que teve como tema: “A sinodalidade como estilo diaconal: Diáconos na caminhada a serviço da missão da Igreja”, foi promovido pela Comunidade dos Diáconos da Itália, Cáritas Italiana e Diocese de Assis.

O convite para participar do congresso partiu do presidente do Diacônio Italiano, diácono Enzo Petrolino, que soube da história de um ex-menino de rua ajudado pelo diácono Roberto dos Santos, há mais de 20 anos, no Rio de Janeiro, e foi acolhido por uma família italiana de Perugia, região da Umbria.

O então menino estudou e se formou, hoje é professor na Itália. Ele teve a oportunidade de conversar com o diácono Enzo Petrolino sobre o trabalho pastoral do diácono Roberto dos Santos, junto aos adolescentes privados de liberdade no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), no Rio de Janeiro.

Aos 250 diáconos participantes do congresso, o diácono Roberto dos Santos partilhou sua experiência pastoral de mais de 15 anos junto aos adolescentes privados de liberdade e os desafios na difícil realidade das unidades de socioeducação que executam as medidas judiciais aplicadas aos adolescentes em conflito com a lei. O trabalho que é realizado pela Pastoral do Menor da Arquidiocese do Rio de Janeiro junto aos adolescentes privados de liberdade tem como fundamento a mística do Evangelho “Estava na prisão e viestes e mim” (Mt 25,36).

Dirigindo-se aos diáconos presentes com suas esposas disse: “Para se viver profundamente esta passagem do Evangelho, seja nas prisões, em hospitais, em qualquer outro lugar onde se encontram os irmãos mais pobres e abandonados, nós como diáconos temos não só o dever, mas a obrigação de sermos uma presença constante de bondade, de disponibilidade de escuta e de serviço, sem pré-julgamentos. E assim dizia Dom Bosco aos seus educadores, que devemos encontrar o que existe de bom em cada ser humano. As pessoas quando erram não devem ser julgadas pelos erros cometidos porque suas vidas não se reduzem a esses erros”.

Para iluminar o trabalho que realiza, o diácono Roberto dos Santos citou uma mensagem que o Papa Francisco disse aos capelães, agentes pastorais e funcionários da prisão Regina Coelli, em Roma, no dia 7 de fevereiro de 2019: “Muitos presos são pessoas extremamente pobres, não têm quem defenda os seus direitos, e para a sociedade os presos são indivíduos que incomodam, descartáveis e um peso. A experiência demonstra que o cárcere com ajuda daqueles que ali trabalham pode se tornar um lugar de recuperação e mudança de vida, e tudo isso só será possível através de um caminho de fé, de trabalho e de formação profissional, mas sobretudo de um acompanhamento espiritual e de compaixão, a exemplo do Bom Samaritano que se curvou para ajudar o irmão ferido” (cf. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/february/documents/papa-francesco_20190207_personale-reginacoeli.html).

Concluindo seu testemunho, o diácono Roberto dos Santos contou duas histórias acontecidas no Rio de Janeiro em que foi testemunha no trabalho pastoral junto aos adolescentes privados de liberdade, para mostrar o quanto a misericórdia de Deus atua para transformar a vida de tantos irmãos encarcerados que se deixam tocar por seu amor misericordioso.

Segundo destacou o diácono Luciano Rocha, a diaconia do diácono Roberto dos Santos no Rio de Janeiro suscitou interesse e ele foi, então, procurado para dar testemunho desta experiência no encontro dos diáconos italianos, em Assis.

“A Arquidiocese do Rio de Janeiro e a Comissão Arquidiocesana para o Diaconato Permanente do Rio de Janeiro (Cadiperj) se alegram com a vida e o testemunho do diácono Roberto, que inspira e aponta a importância de uma Igreja constitutivamente diaconal, servidora e ministerial”, disse o diácono Luciano Rocha.

 

Da Redação

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