Dom Orani instala a Paróquia São José, na Taquara

O bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, passa a ter quatro paróquias. A Capela São José, situada na Estrada do Mapuá, 784, na Taquara, foi elevada à condição de paróquia, durante celebração eucarística presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 12 de dezembro. É a paróquia de número 286 da arquidiocese e 35ª do governo de Dom Orani.

Na mesma celebração foi dada a posse ao primeiro administrador paroquial, padre Washington Carlos Silva Amorim, ordenado sacerdote no dia 16 de dezembro de 2017, até então, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Antônio de Lisboa, na Taquara. 

A nova paróquia, que pertence ao Vicariato Episcopal Jacarepaguá, teve seu território desmembrado de três paróquias instaladas no bairro da Taquara: Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Antônio de Lisboa, erigida em 1967, Paróquia Sagrada Família, erigida em 1969, e Paróquia Nossa Senhora Mãe da Divina Providência, erigida em 1995.

A celebração eucarística contou com as presenças do bispo auxiliar e animador do Vicariato Jacarepaguá, Dom Roque Costa Souza, do vigário episcopal do Vicariato Jacarepaguá, padre Alan Dias de Oliveira, que fez a leitura do decreto de criação da nova paróquia, e do pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Antônio de Lisboa, na Taquara, padre Julio Cesar da Silva Santos.

 

Obra de Deus

No final da celebração, o administrador paroquial, padre Washington Carlos Silva Amorim, partilhou a caminhada da comunidade, das origens até a criação da paróquia: 

“Há pouquíssimos anos, nossa igreja, ainda capela, estava instalada num terreno onde havia o aviso, ‘Cidade dos Velhinhos’, pertencente a uma congregação religiosa. Muitas eram as nossas limitações: a igreja era minúscula, pouquíssimos recursos materiais à nossa disposição, precisávamos de autorização da congregação para tudo e quase sempre recebíamos negativas diante das propostas que fazíamos, dentre muitas outras questões.

Entretanto, aquilo era o nosso mundo, e estávamos felizes vivendo como vivíamos.

De repente, o asilo foi encerrado e o terreno vendido com tudo o que havia na propriedade, inclusive a igreja, e fomos comunicados que teríamos de sair, pois tudo seria demolido. Que angústia, quanta tristeza. Como dizia padre Julio, o sentimento era de termos sido roubados. Brigamos, gritamos, lutamos… não deu em nada! Nossa vontade humana era permanecer onde estávamos, mas essa não era a vontade de Deus, que é prefeito em tudo o que faz. Ele tinha algo grandioso em sua mente perfeita, e queria nos conduzir para lá, assim como queria conduzir Israel para a Terra Prometida, entretanto, era preciso trilhar caminho nada fácil de percorrer, assim como foi para o povo de Israel.

Em maio de 2019, tivemos de sair, e fomos movidos para onde estamos agora, e ao chegarmos, nos deparamos com uma vila de casas despedaçadas, de terreno irregular… um verdadeiro caos. Como conseguir enxergar um bom futuro diante daquele panorama? Humanamente impossível, mas a obra era de Deus, era tudo sobre Ele! Mesmo tristes e até desanimados e desesperançados começamos. Muito trabalho e celebrações. As celebrações eram feitas em locais improvisados, caóticos, mas tudo com muita dignidade e solenidade, entregando a Deus o que de melhor podíamos oferecer.

Mesmo com muita dificuldade financeira, poucos recursos, na garra, na raça iniciamos as obras em novembro daquele ano, e já em fevereiro era possível ver uma luz no fim do túnel. Começamos a nos animar, voltamos a sonhar, até que chegou março e com ele a pandemia. Tudo parou, as igrejas fecharam. Pensávamos: e agora? Como vai ser? Como vamos pagar essa obra sem ofertas? O que faremos? Deus então em oração disse: ‘A obra é minha. Confiem em mim e façam o que cabe a vocês’. Foi difícil, foi apertado, contávamos os centavos, mas a providência de Deus nunca nos faltou. Tudo acontecia de forma extraordinária, de forma abundante. Deus foi pródigo em amor e graça. Ao contemplar o que acontecia, todos se admiravam.

Deus foi sumamente bom, de modo que 11 meses após o início das construções, em 31 de outubro de 2019, nossa igreja era inaugurada pelo nosso cardeal. Um espaço novo, nosso. Dispomos dele como queremos e como Deus quer. Temos hoje uma igreja bem maior do que a nossa antiga capelinha.

Foi muito difícil passar por tudo o que passamos, mas Deus honrou nossa fé, nossa dedicação, nossa fidelidade, nosso compromisso com Ele e com a sua Igreja. E em pouco tempo já podemos declarar: ‘a glória da segunda casa já é bem maior que a da primeira’. E o que perdido foi nem se compara com o que Deus proveu!

Aleluia! Deus foi bom, como sempre, e fez muito mais do que imaginávamos! Ainda bem que nossa vontade não prevaleceu! Ainda bem que Deus fez o que quis!”.

 

Carlos Moioli

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