O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, criou e instalou a Paróquia São Francisco de Assis, em Santa Rosa, no bairro de Campo Grande, zona oeste da cidade, e deu posse ao primeiro pároco, padre Anderson Manoel dos Santos, no dia 12 de fevereiro.
A nova paróquia, a 29ª do Vicariato Episcopal Campo Grande, foi desmembrada da Paróquia Nossa Senhora das Graças, situada em Vila Nova, Campo Grande. É a paróquia de número 288 da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a quinta dedicada a São Francisco de Assis, e a 37ª criada no governo de Dom Orani.
No início da celebração, o vigário episcopal do Vicariato Campo Grande e também pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, da qual a nova paróquia foi desmembrada, cônego Luiz Carlos Pereira, fez as leituras do decreto de criação da nova paróquia e da provisão do pároco.
Também foram concelebrantes na missa de instalação da paróquia o bispo auxiliar e animador do Vicariato Campo Grande, Dom Tiago Stanislaw, e os padres Gilson de Oliveira e Silva, pároco da Paróquia Bom Pastor e Nossa Senhora de Fátima, em Campo Grande; Clebio Tosta Junior, vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande; e Eraldo de Souza Leão Filho, vigário paroquial na Basílica da Imaculada Conceição, em Botafogo.
Alegria pela missão
Antes de proclamar a Palavra de Deus, pela primeira vez, para os seus paroquianos, padre Anderson fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade, próprio de quem assume um ofício a ser exercido em nome da Igreja. Após a homilia, ele recebeu das mãos do arcebispo as chaves da igreja e do sacrário, o batistério e o confessionário, e, por fim, na conclusão da missa, tomou posse da cadeira presidencial e deu a primeira bênção à comunidade.
“Recebi com alegria o convite para pastorear a nova paróquia uma semana antes da posse. Foi muito bom ver o apoio do clero e a receptividade, o acolhimento, a alegria no rosto do povo. A igreja estava lotada de fiéis, também no pátio e na rua, e entre eles, meus ex-paroquianos da Paróquia São Francisco de Assis, do bairro Adriana, em Campo Grande”, disse padre Anderson.
“Depois de cuidar da minha saúde, estou disposto a cumprir a nova missão para a honra e a glória de Deus”, acrescentou padre Anderson, que ficou um ano e dois meses exercendo o ministério como vigário paroquial na Basílica Nossa Senhora de Lourdes, em Vila Isabel, para cuidar de sua saúde.
Na visita que fez à matriz e na Capela Santa Teresinha, em Bela Vista, situada no território paroquial, e no pouco tempo de contato com os paroquianos, padre Anderson tomou conhecimento que a comunidade é antiga, que o bairro vem passando por transformações em vários aspectos e que há necessidade de reformas estruturais e dinamizar a evangelização.
“De início, vamos implantar novas pastorais. Consideradas importantes, por exemplo, a catequese de adultos, necessária por conta do rito à Iniciação Cristã de jovens e adultos, e aumentar o número de crianças na catequese. Há necessidade de verificar as pessoas que não são evangelizadas e resgatar os fiéis afastados da vida da Igreja. Vamos aproveitar a Quaresma como um campo de missão, promover missas campais e a Via-Sacra nas ruas e outros meios para investir na evangelização do povo de Deus”, disse o novo pároco.
Recordando uma célebre frase do padroeiro São Francisco de Assis, padre Anderson disse que vai “começar a fazer o que é necessário, depois o que for possível e, em breve, o impossível, com o auxílio de Deus”.
Proximidade com o povo de Deus
“Com a criação da Paróquia São Francisco de Assis, em Santa Rosa, o Vicariato de Campo Grande passa a ter 29 paróquias”, explicou o vigário episcopal, cônego Luiz Carlos Pereira, que observou que a partir do dia 25 de fevereiro serão 30 paróquias, pois será a criada a Paróquia Santa Clara de Assis do Sagrado Coração de Jesus, no Moinho, também em Campo Grande.
A Paróquia São Francisco de Assis, em Santa Rosa, acrescentou cônego Luiz Carlos, é a “terceira paróquia desmembrada da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Vila Nova”, da qual ele é pároco. “As duas outras foram as paróquias São José Operário, em São José, e São João Batista, no Corcundinha”.
“A dificuldade em acompanhar com proximidade a matriz e as oito capelas do território paroquial motivou a criação da nova paróquia”, explicou o cônego Luiz Carlos, observando que os sub-bairros de Campo Grande estão em constante crescimento.
“Era desejo dos fiéis da comunidade que a capela se tornasse paróquia, mas foi preciso primeiro fortalecer a estrutura econômica e pastoral. Iniciamos a construção da casa paroquial, falta concluir, mas a ‘paróquia-mãe’ irá ajudar nos custos no aluguel de uma casa por um ano. Desejamos que o padre Anderson possa dar continuidade no que foi construído ao longo dos tempos, e que dinamize ainda mais a evangelização para o bem do povo de Deus”, destacou o cônego Luiz Carlos.
Caminhada da comunidade
A Paróquia São Francisco de Assis surgiu no sub-bairro residencial denominado Conjunto Santa Rosa, localizado em Campo Grande, em 1978. Há alguns anos, já estavam em atividade um grupo de Círculos Bíblicos, a Pastoral da Catequese e um grupo de jovens. Na ocasião, estes grupos se reuniam para rezar e também eram ativos e conscientes no empenho pela legalização do loteamento.
A comunidade religiosa surgiu a partir do movimento destes grupos, com uma tradição de luta muito grande, ligada aos movimentos populares. Durante um ano, a catequese foi feita num barraco ao lado da casa de uma paroquiana, defronte à praça principal do bairro. Depois, os fiéis conseguiram comprar um terreno e começar as primeiras iniciativas com uma cobertura para as atividades religiosas e sociais da nova comunidade.
Desde o início, foi criado um conselho comunitário para continuar a caminhada, de forma que todos atuassem nas decisões em conjunto com o pároco e com outros grupos no bairro.
Em 1981, a Paróquia Nossa Senhora das Graças acolheu no território as Irmãs Dominicanas para um trabalho missionário, o que motivou os grupos religiosos que atuavam na Comunidade São Francisco de Assis, de maneira especial, na área da catequese.
Carlos Moioli