Dom Orani institui 16 seminaristas para o Ministério de Acólito

“E os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão” (Lc 9,16c) foi o tema do grupo dos 16 seminaristas do Seminário Arquidiocesano de São José que foram instituídos para o Ministério de Acólito.

A instituição aconteceu durante a celebração eucarística presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, realizada na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Realengo, na véspera da Solenidade de Corpus Christi, dia 15 de junho.

Os seminaristas que receberam o ministério são: Alisson Matos da Silva, Caio Dias Pessoa, Carlos Vinícius Cunha Paula, Ellber Márcio Bozegia Lima, Felipe Augusto Moreno da Silva, Gabriel da Cunha Stilpen, Gabriel dos Santos Sousa Bezerra, Gabriel Pimentel Batista, Islandsom Felix Ferreira, Josué Matos de Oliveira, Leandro Silva da Paz, Rodrigo de Jesus Pimenta, Talles Faleiro Duarte, Telmo Luiz Bosco Teixeira, Thiago de Oliveira Tavares e Yure Alves de Souza.

Entre os padres concelebrantes estavam o reitor do Seminário Arquidiocesano de São José, cônego Leandro Câmara, o vigário episcopal do Vicariato Oeste, padre Felipe Lima Pires, e o pároco local, padre Rodrigo de Oliveira Dias.

 

Ministério de Acólito

Segundo o Pontifical Romano, o acólito é instituído para ajudar o diácono e para servir o sacerdote.  “É sua função, portanto, cuidar do serviço do altar; auxiliar o diácono e o sacerdote nas ações litúrgicas, sobretudo na celebração da missa; distribuir, como ministro extraordinário, a Sagrada Comunhão, todas as vezes que os ministros de que se trata no cân. 845 do Código de Direito Canónico faltarem ou não o puderem fazer, por motivo de doença, de idade avançada ou do ministério pastoral, ou todas as vezes que o número dos fiéis que se aproximam da Sagrada Mesa for tão elevado que possa vir a ocasionar uma demora excessiva da celebração da missa”.

O Pontifical Romano acrescenta que o acólito pode ainda ser-lhe mandado, em circunstâncias extraordinárias, que exponha publicamente o Santíssimo Sacramento à adoração dos fiéis, e depois o reponha; não pode, porém, dar a bênção ao povo.

“Na medida em que for necessário poderá também cuidar da instrução de outros fiéis que, por um encargo temporário, devam ajudar o sacerdote ou o diácono nas ações litúrgicas, levando o missal, a cruz, as velas, etc., ou exercendo outras funções deste gênero. Desempenhará mais dignamente estes ofícios, se participar na Santíssima Eucaristia, cada vez com uma piedade mais ardente, alimentando-se dela e procurando alcançar um conhecimento da mesma sempre mais profundo”, evidencia o Pontifical Romano.

“Destinado de modo particular para o serviço do altar – esclarece o Pontifical Romano –, o acólito há de procurar conhecer o que diz respeito ao culto divino e compreender o seu significado íntimo e espiritual, de modo que, em cada dia, se ofereça a si próprio totalmente a Deus e, por sua atitude grave e respeitosa, seja para todos exemplo no templo sagrado, amando sinceramente o corpo místico de Cristo ou povo de Deus, sobretudo os fracos e os doentes”.

 

Ser Eucaristia

O ministério que os seminaristas receberam fortalece a consciência do chamado mediante uma configuração mais estreita com Jesus Cristo.

“Louvo a Deus por sua graça e misericórdia” – disse o seminarista Gabriel Stilpen, que está cursando o terceiro de teologia, configuração 3 –, por receber mais um ministério no caminho vocacional em direção ao sacerdócio ministerial.

“Os acólitos, que ora nos tornamos, é instituído para auxiliar o sacerdote e o diácono no altar, mas também para agir com solicitude aos enfermos, que muitas vezes precisam receber a Eucaristia em suas casas ou até mesmo nos hospitais. Rogo a Deus que minha vida seja Eucaristia, seja ação de graças e oblação”, disse Gabriel Stilpen.

“Recebe Senhor nosso sincero ‘sim’, e desejo seguir-Te e fazer a Tua vontade. Que nosso desejo de servir-Te seja constante, fiel e fecundo”, completou Gabriel Stilpen.

 

Confirmação da vocação

Já o seminarista Rodrigo Pimenta, do terceiro ano de teologia, configuração 3, disse: “Após esse período exercendo o ministério de leitor, tendo me aproximado da Mesa da Palavra do Senhor, receber agora o Ministério de Acólito e me voltar mais diretamente à Mesa da Eucaristia é ter a alegria de ver a minha vocação sendo confirmada pela  Igreja, que confia à minha fraqueza tão belo ministério que não é para mim, mas para servir à mesma Santa Igreja na figura dos que mais necessitam”.

 

Função sublime

“Dar esse passo, o último antes da ordenação, é uma grande alegria”, manifestou o seminarista Talles Faleiro, do terceiro ano de teologia, configuração 3. “É poder contemplar o sonho de Deus se tornando cada vez mais real, mais concreto”, disse.

“É uma graça poder servir cada vez mais de perto ao altar de Cristo, e já de algum modo ir também se fazendo oferta junto ao Pão e o Vinho que ajudamos a colocar sobre o altar. Que função mais sublime é esta, servir ao altar e aos irmãos, ser um canal pelo qual o Cristo Eucarístico se doa aos irmãos, numa comunhão de amor. Nos consagramos a Ele, para que por meio do nosso ministério nossos irmãos sejam saciados com o Pão da Vida”, destacou o seminarista Talles Faleiro.

 

Dom do Alto

Segundo o seminarista Gabriel Bezerra, do terceiro ano de teologia, configuração 3, “o ministério que recebemos nos permite estar mais perto do Altar, ou seja, é este o lugar onde nós queremos ficar durante toda nossa vida, nesse compromisso que firmamos de zelar, desde agora, pelo Corpo e Sangue de Nosso Senhor”

“É uma grande graça da parte de Deus, não foram nossos méritos humanos, mas é dom do Alto que nos revela quem nós somos e para qual finalidade tende a nossa vocação”, acrescentou.

O seminarista Gabriel Bezerra destacou que “ser acólito é participar e servir de modo mais íntimo a mesa da Comunhão, que nos une a Cristo e aos irmãos. Nosso Deus nos permite tocar neste grande mistério que é a Eucaristia e, sobretudo, fazer do serviço à mesa da Comunhão uma extensão de toda nossa oferta, unida ao Pão e o Vinho”.

“Ainda tento encontrar palavras para definir esta grande graça que o Bom Deus nos concede, mas peço ao Senhor que sempre torne a minha vida e a dos meus irmãos, Eucaristia!”, partilhou Gabriel Bezerra.

 

Explicação do ministério

Durante a celebração, segundo o Pontifical Romano, o bispo faz então a homilia, na qual explica ao povo os textos lidos da Sagrada Escritura e o Ministério do Acólito, concluindo com estas palavras ou outras semelhantes, dirigidas ao próprio candidato:

“Filhos caríssimos, escolhidos para o Ministério dos Acólitos, vós participareis de modo muito particular no ministério da Igreja. A Igreja tem o vértice e a fonte da sua vida na Eucaristia, e é pela Eucaristia que o povo de Deus se edifica e cresce. A vós se confia o ministério de ajudardes os presbíteros e os diáconos no desempenho das suas funções, e de distribuirdes aos fiéis, incluindo os doentes, como ministros extraordinários, a sagrada Comunhão. Destinados de modo particular a este ministério, procurai viver cada vez mais do sacrifício do Senhor e conformar-vos com Ele cada vez mais perfeitamente; esforçai-vos por apreender o sentido íntimo e espiritual daquilo que realizais, e oferecei-vos todos os dias a Deus como vítimas espirituais que Lhe são agradáveis por Jesus Cristo. Ao realizar o vosso ministério, muito vos ajudará lembrar-vos que, participando de um só pão com os vossos irmãos, formais com eles um só corpo.  Por isso, amai sinceramente o Corpo Místico de Cristo, ou seja, o Povo de Deus, sobretudo os fracos e os doentes, e vivei segundo o mandamento que o Senhor deu aos seus Apóstolos na última Ceia: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei»”.

 

Carlos Moioli

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