Dom Orani preside rito de dedicação da igreja e do altar da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Pedra de Guaratiba

A dedicação faz parte das comemorações do jubileu de 25 anos da criação da paróquia

 

“Estamos aqui, meus irmãos e minhas irmãs, para dedicar solenemente este templo. Peçamos com fervor ao Senhor nosso Deus que faça descer sua bênção sobre esta água, criatura sua. Com ela nos aspergiremos em sinal de penitência e em memória do batismo, e purificaremos as paredes da nova igreja e o novo altar. O Senhor venha em nosso auxílio com sua graça e nos faça dóceis ao Espírito que recebemos e sempre fiéis em sua Igreja”.

Com essa oração de bênção da água, seguida de aspersão sobre o povo, “templo espiritual”, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, deu início à celebração do rito da dedicação do templo e do altar da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Pedra de Guaratiba, para ressaltar a dignidade do templo e a sacralidade do lugar de culto.

Antes da celebração, na companhia de diversos sacerdotes, Dom Orani colocou uma pedra na coluna frontal externa, como sinal de conclusão do restauro da igreja, que segundo o pároco, padre Marcus Vinicius Antunes da Trindade, foi realizado nos últimos 12 anos.

Realizada no dia 18 de setembro, a celebração contou com a presença do vigário episcopal do Vicariato de Campo Grande, cônego Luiz Carlos Pereira, dos ‘filhos da paróquia’ padres Thiago Azevedo Pereira e José Alixandre da Silva e também dos padres Thiago de Carvalho Humelino, Rafael Viana Lima, Felipe Xavier de Moraes e Marcelo da Silva Lessa.

De acordo com o Pontifical Romano, após a liturgia da Palavra, Na qual o Evangelho foi proclamado pelo diácono José Carlos Souza Rodrigues, o arcebispo depositou no altar a relíquia de Santa Dulce dos Pobres, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo tem a sua origem no sacrifício do próprio Cristo, que é a Cabeça.

Houve a prece de dedicação, a unção do altar e da igreja com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes, recorda os apóstolos e sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão.

O rito teve continuidade com a incensação, o revestimento e iluminação do altar, local onde o povo de Deus se reúne para celebrar o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Após a preparação do altar, é celebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.

 

Cristo, a pedra angular

Na homilia, Dom Orani lembrou que os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia nas casas, por um tempo nas catacumbas, por causa das perseguições, e depois foi necessária, com a liberdade de culto, a construção de igrejas ‘templos’ para reunir o povo de Deus, a ‘igreja viva’.

“Toda igreja tem um altar para mostrar que Cristo é pedra angular, e deve ser a centralidade de nossa vida, de nossa fé. Os templos são dedicados ao culto de Deus, para que os fiéis possam ir ao encontro de Jesus Cristo. A igreja é um lugar santo, consagrado ao Senhor, no qual os fiéis devem acolher a Palavra de Deus, receber os sacramentos e alimentados pela Eucaristia devem anunciar o Evangelho e, como templos do Espírito Santo, santificar o mundo”, disse o arcebispo.

 

Dia festivo e histórico

No final da celebração, o pároco, padre Marcus Vinicius, lembrou que as restaurações do templo e do complexo paroquial foram realizadas ao longo de sua gestão, na qual teve desafios, mas feita com muita determinação.

“Houve obras na parte interna e externa da igreja. O templo foi modificado por necessidade. A igreja tinha portas e janelas pequenas, o que ocasionava desconforto com o calor e dificultava a circulação de ar. Também trocamos a iluminação. Tudo foi feito para que os fiéis possam celebrar com mais dignidade a Eucaristia e que cada um possa corresponder, como diz as Escrituras, ter zelo pela Casa do Senhor”, disse o pároco.

Padre Marcos Vinicius também agradeceu a presença dos sacerdotes pelo “dia festivo e histórico” no qual a paróquia estava concluindo as celebrações do jubileu de 25 anos de criação. Ao recordar os padres Thiago e José Alixandre, que receberam na paróquia os primeiros sacramentos e também celebraram a primeira missa após a ordenação, evidenciou a necessidade da comunidade em continuar a “rezar pelas vocações’.

Ao anunciar a carta que recebeu do Santo Padre com uma bênção apostólica a todos os paroquianos, padre Marcus Vinicius recordou dos que já estão juntos de Deus. “Rezemos por todos os paroquianos falecidos”, observou.

 

Bênção apostólica

Por ocasião da dedicação da igreja e do altar e também do jubileu paroquial, foi lida aos fiéis a mensagem que o Papa Francisco enviou, assinada pelo substituto para os Assuntos Gerais da Secretária de Estado de Sua Santidade, Dom Edgar Peña Parra.

Na mensagem, o Santo Padre pede a todos os paroquianos da Paróquia São Pedro Apóstolo para “manterem-se fiéis aos valores cristãos recebidos dos antepassados, vendo neles o tesouro mais valioso de que gloria-se junto dos contemporâneos e a herança mais preciosa a deixar aos vindouros”.

 

Igreja viva

Na sua mensagem, o vigário episcopal do Vicariato de Campo Grande, cônego Luiz Carlos Pereira, parabenizou o amigo, padre Marcus Vinicius, pelos 35 anos de caminhada juntos no serviço ao Senhor e convidou os fiéis a valorizarem a comunidade paroquial.

“A dedicação do templo e do altar foi possível graças a um povo fervoroso na fé, uma resposta do empenho de quem se colocou a serviço da Igreja. Parabéns ao padre Marcus Vinicius que organizou a restauração e votos para que todos os fiéis possam manter no coração uma Igreja sempre viva e atuante”, destacou o vigário episcopal.

 

Jubileu paroquial

A devoção por São Pedro, o príncipe dos Apóstolos, em Pedra de Guaratiba, surgiu ainda no final do século XIX, por pescadores da região.

O atual terreno onde foi construída a primitiva e modesta capela foi doado pela devota Felicidade Maria Monteiro, em 13 de junho 1925, proprietária de vastas terras no local.

Com o crescimento do bairro moldurado de belezas naturais com colinas e praias, foi necessária a construção de uma igreja maior, cuja pedra foi lançada por Jaime de Barros Câmara, no dia 10 de setembro de 1950.

Segundo antigos paroquianos, a igreja recebeu ajuda na sua construção pelo presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, quando ele passou no local, no ano de 1955, em plena campanha política.

A capela tornou-se paróquia no dia 22 de setembro de 1996 por decreto de Dom Eugenio de Araujo Sales, sendo o padre Cleto Cavalari Pinto nomeado como primeiro pároco. A Paróquia São Pedro Apóstolo, situada na zona oeste da cidade, é ‘mãe’ de muitas paróquias e capelas da região.

 

Carlos Moioli

 

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