No próximo dia 8 de julho, Dom Karl Josef Romer completa 90 anos de idade. Nascido em 1932, na cidade de Benken, na Suíça, era o quarto de um total de dez filhos. Aos 26 anos, em 1958, concluiu o doutorado em teologia na renomada Universidade Gregoriana, em Roma, tendo antes estudado em Innsbruck, na Áustria, e em München, na Alemanha. Sendo ordenado sacerdote em 22 de março de 1958.
Em 1964, Dom Romer foi apresentado a Dom Eugenio de Araujo Sales, então arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, que lhe fez o convite para colaborar na formação dos futuros sacerdotes baianos, sendo autorizado por seu bispo, Dom Romer, a aceitar o convite, e, em janeiro de 1965, embarcou, de navio, em direção ao Brasil.
Em Salvador, Dom Romer permaneceu por sete anos, auxiliando no Seminário S. João Maria Vianney e organizando o Instituto Superior de Teologia, que mais tarde viria a ser a Universidade Católica do Salvador. Exercendo a função de professor e diretor, contando com a colaboração de diversos professores da Itália, França e Bélgica.
Em 1971, com a nomeação de Dom Eugenio Sales como arcebispo de S. Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Romer acompanhou-o para a nova missão. Chegando ao Rio de Janeiro, iniciou seus trabalhos junto ao Seminário Arquidiocesano de S. José, e fundando o Instituto Superior de Teologia, hoje ligado à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em 28 de outubro de 1975, Dom Karl Romer foi nomeado bispo titular de Columnata e auxiliar do Rio de Janeiro pelo então Papa Paulo VI, recebendo a ordenação episcopal em 12 de dezembro do mesmo ano. Escolhendo como lema de seu episcopado “Mihi vivere Christus” (“O meu viver é Cristo”). Permanecendo como bispo auxiliar até 2002, quando foi nomeado pelo então Papa João Paulo II como secretário do Pontifício Conselho para a Família, função que exerceu até 2007, quando completou 75 anos e tornou-se secretário emérito daquele Dicastério Romano.
Enquanto exercia o ministério episcopal como bispo auxiliar no Rio de Janeiro, Dom Romer era o bispo animador do Seminário São José e começou um grande trabalho de animação vocacional. Visitava as paróquias, falava sobre a vocação sacerdotal, e logo o trabalho de animação vocacional começou a lograr êxito, na época a média de ordenações sacerdotais era de dois ou três por ano, que em alguns anos passou para 15 a 20, chegando a ter uma ordenação sacerdotal de 22 neossacerdotes.
Dom Romer acompanhava de perto esse trabalho de animação vocacional realizado tanto pelo seminário através dos grupos vocacionais com encontros periódicos e acompanhamento dos candidatos ao seminário, como pela Pastoral Vocacional que encaminhava não apenas para o Seminário São José, mas também para as diversas realidades vocacionais da vida religiosa, tanto masculinas como femininas. Sempre ao final do ano era realizado o Encontro de Discernimento Vocacional (Edvoc), um retiro de três dias que contava com a presença integral do bispo auxiliar.
Outra grande missão que foi assumida por Dom Romer na Arquidiocese do Rio de Janeiro foi a organização do Curso Anual dos Bispos, no Centro de Estudos do Sumaré. Evento que tem grande número de participantes entre todo o episcopado brasileiro, contando desde sua primeira edição, em 1990, com grandes expoentes do mundo católico, como conferencistas, sendo uma grande oportunidade de atualização teológica e pastoral de todo episcopado brasileiro, sempre com temas relevantes e atuais.
Após cinco anos servindo à Igreja como secretário do Pontifício Conselho para a Família em Roma, Dom Romer retornou ao Rio de Janeiro. Acompanhou os últimos anos de vida de D. Eugenio, e continuou o trabalho de sua vida, a missão de ensinar. Dando aulas no Seminário S. José e, posteriormente, assumindo todo o trabalho de reestruturação do Instituto Superior de Ciências Religiosas, exercido até hoje.
Dom Karl Josef Romer, ao completar 90 anos de idade, continua sendo em nosso meio sinal de esperança e exemplo de doação integral ao projeto de Cristo. Rendemos a Deus nossos agradecimentos por nos conceder a graça de ter em nosso meio homem de tão grande valor e de inegável amor a Cristo e a sua Igreja, fazendo de sua vida uma constante e abnegada doação.
Padre Carlos Augusto Azevedo da Silva
Mestre em Direito Canônico