Festa litúrgica de São Junípero Serra, ‘O Apóstolo das Vocações’ – 1º de julho

Um pouco da História de um frei e sacerdote da primeira ordem, São Junípero Serra, o Apóstolo da Califórnia (*1713/+1784).

Foi beatificado por São João Paulo II no dia 25 de setembro de 1988 e canonizado pelo Papa Francisco em 23 de setembro de 2015, no Capitólio.

Este santo e nosso patrono, conhecido como o “Apóstolo da Califórnia” – “Apóstolo das Vocações”, nasceu em Petra, na ilha de Mayorca, a 24 de novembro de 1713, filho de Antônio Serra e de Margarida Ferrer, pais exemplares pelos costumes e piedade, embora pessoas de pouca instrução.

A criança foi batizada com o nome de Miguel José e foi crismada com a idade de apenas dois anos, por ocasião da visita do bispo de Mayorca, Atanasio Esterripa. Criança ainda, ajudava os pais nos trabalhos do campo e frequentou a escola anexa ao Convento Franciscano de São Bernardino, dando provas de inteligência viva e aberta, e, desta forma, ele pôde ser encaminhado para fazer estudos superiores.

Depois de um ano de estudos filosóficos no Convento de São Francisco de Palma, com 17 anos, vestiu o hábito franciscano no Convento Santa Maria de Jesus, em  15 de setembro de 1731, emitiu os votos religiosos mudando o nome de batismo para o de Junípero, devido à grande admiração que tinha para com Frei Junípero, um dos primeiros companheiros de São Francisco de Assis no séc. XIII (Frei Junípero, em italiano: Fra Ginepro, sec. XIII, chamado “o renomado bobo do Senhor”, foi um dos seguidores originais de São Francisco de Assis).

Pouco é sabido sobre Junípero antes de juntar-se aos frades. Em 1210, ele foi recebido na Ordem dos Franciscanos pelo próprio São Francisco: “Quisera o Senhor, meus irmãos, que eu tivesse uma floresta inteira de tais “juníperos”, São Francisco gracejava. São Francisco mandava-o para estabelecer “lugares” para os frades em Gualdo Tadino e Viterbo. Quando Santa Clara de Assis estava morrendo, Junípero foi quem a consolou. Junípero está enterrado em Santa Maria in Aracoeli em Roma. E a sua data litúrgica é 29 de janeiro).

Junípero Serra concluiu com brilhantismo os estudos teológicos, foi ordenado como diácono em 1736 e, posteriormente, sacerdote.

Em 1743, já tinha sido designado para o ensino de filosofia no Convento de São Francisco de Palma. Nesse período, manifestou dotes de fino orador.

Também foi chamado a ocupar a cátedra de teologia escotista na Universidade Lulliana de Palma de Maiorca. “Nunca haveria de deixar o ministério da pregação”.

Aos 35 anos de idade, não obstante a fecundidade de seu apostolado na ilha, Frei Junípero, obedecendo a uma vocação interior, partiu rumo às Missões da América, junto com um seu discípulo, frei Francisco Palòu.

Os dois permanecerão juntos por toda a vida. Partiram no dia 13 de abril de 1749, de Málaga; depois de dramática travessia chegaram a São João de Porto Rico no dia 18 de outubro, e a 7 de dezembro alcançaram Vera Cruz, na costa sul do México. A pé prosseguiram até a cidade do México.

Junípero passou a exercer apostolado junto aos indígenas, falando em sua língua. Fez um catecismo na língua do povo e ensinava rudimentos de ciência e técnicas a respeito do trabalho da terra.

Graças à ajuda dos que eram missionados, Junípero e seu colega puderam construir em Santiago de Jalpán uma igreja de pedra, de estilo barroco, ainda hoje tido como monumento de interesse histórico e tomado, posteriormente, como modelo para a realização de quatro outras igrejas na missão.

Em seu trabalho pastoral insistia nas graças dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação. Costumava confessar-se a seu confrade frei Francisco diante de todos, antes da celebração da missa. Levou os indígenas a uma qualidade de vida respeitável e digna.

O Colégio de São Ferdinando (Fernando), ao qual Padre Serra pertencia, em 1751, já contava com 05 (cinco) missões, das quais ele tinha sido nomeado presidente e primeiro responsável até que foi enviado por seus superiores ao Texas para restaurar a “Missão de São Sabas”, destruída um pouco antes pelos índios Apaches, tarefa pouco depois revogada, devido ao perigo que comportava para o Missionário. De 1758 até 1767, permaneceu no Colégio Apostólico de São Ferdinando como mestre de noviços e pregador de missões em várias dioceses mexicanas.

Nunca deixou de frisar a importância das celebrações litúrgicas, mas, sobretudo, implantará modelo de vida comunitária e de organização econômica, ensinando como trabalhar o campo, criar o gado e exercitar-se na arte da cerâmica.

Em junho de 1767, depois da expulsão dos jesuítas das possessões do Vice-Reino de Espanha por decisão de Carlos III, as missões da Baixa Califórnia foram confiadas aos franciscanos, e Frei Junípero foi nomeado seu superior.

Em 1º de abril de 1768, junto com 14 companheiros, empreendeu a corajosa e extenuante viagem rumo à península da Baixa Califórnia, cujo clima é caracterizado por longos períodos de seca e de temperaturas muito elevadas.

Estabeleceu o quartel general da missão em Loreto. Fez o que pôde sempre sob a vigilância do governo civil sobre as missões em curso.

Incansável foi seu trabalho também porque a população local vivia somente de caça e da pesca, desconhecendo as técnicas do cultivo da terra.

Depois de dois anos, devido também às condições econômicas favoráveis, pôde fundar a Primeira Missão Californiana de San Diego de Alcalá. Deslocou-se na direção da Alta Califórnia e foi fundando as outras Missões: São Carlos Borromeu, de Santo Antônio de Pádua, São Gabriel e de São Luis Bispo e muitas outras.

Segue-se um período de incompreensão com um comandante militar da Nova Espanha, José de Galvez. Por este motivo, Frei Junípero Serra – o bem-aventurado retirou-se a pé para o México, permanecendo no Colégio de São Ferdinando até 13 de março de 1774.

Volta aos antigos campos de atividade; a missão prosseguia lenta, mas perseverantemente. Foram refundadas as missões destruídas pelos índios e abertas outras novas.

No final de tudo, retirou-se com seu confrade fiel para Monterey, na Califórnia, que escreveu a biografia do bem-aventurado como testemunha ocular.

Merecidamente, Junípero Serra foi definido como um colosso de evangelizador. Durante 17 (dezessete) anos, precisamente de 1767 a 1784 percorreu, apenas na Califórnia, perto de 9.900 km a pé, 5.400 em embarcação, não obstante a idade e as enfermidades.

Fundou mais 09 (nove) missões, das quais derivam os nomes franciscanos de cidades californianas muito importantes, como: São Francisco, São Diego, Los Angeles etc.

Frei Junípero, fortemente debilitado em sua saúde, pela asma e gangrena numa perna, morreu a 28 de agosto de 1784 no retiro do Carmelo de Monterrey, na Califórnia, com 71 anos de idade, sendo que 36 deles foram dedicados à missão.

Considerado o Pai dos Índios, foi honrado como herói nacional.

Desde 1º de março de 1931, a sua estátua, representando o Estado da Califórnia, está entre as outras dos pais fundadores dos Estados Unidos no Capitólio – a Sala do Congresso de Washington, estátua única de um religioso no santuário dos americanos ilustres.

O ponto mais alto da Cordilheira de Montanhas de Santa Lucia, na Califórnia, tem o seu nome.

São João Paulo II o beatificou a 25 de setembro de 1988, e o Papa Francisco, durante Viagem Apostólica aos Estados Unidos, em 2015, celebrou sua canonização.

Ele morreu no dia 28 de agosto, e a Família Franciscana celebra sua memória no dia 26; sendo que a sua festa litúrgica acontece em 1º de julho.

 

Importante saber

O Serra Internacional – nos E.U.A. desde 1934 e no Brasil desde 1963 – é também conhecido como Serra Internacional, chamado de Movimento Serra do Brasil, ou até mesmo Serra Club, chegou ao Brasil por meio do nosso ISerrano Cs. Luiz Alexandre Compagnoni, em março de 1963, iniciando o Serra Club – Serra Mater Rio de Janeiro, e recebeu a Carta de Agregação em 19 de março de 1965 e oficialização dada pelas presenças dos cardeais Dom Jayme Câmara e Dom Agnelo Rossi, assim como se expandindo por todo o Brasil até hoje.

O Serra tem como missão e carisma as orações e os trabalhos vocacionais, suscitados pelo Espírito Santo para esta finalidade, para amar as famílias – berço das vocações, os sacerdotes, religiosos, missionários e os vocacionados. Quem pertence ao Serra assume esse compromisso com esse serviço, como tarefa sua e como missão específica.

Estamos a serviço desse carisma há 60 anos, com muito amor e dedicação às vocações, rezando, orando com perseverança e persistência, clamando ao Senhor da Messe por operários à sua messe!

Aqui na cidade do Rio de Janeiro estamos presentes na Igreja do Carmo da Antiga Sé, no Centro, e também na Basílica de São Sebastião, dos Capuchinhos, na Tijuca.

 

Suzana Aparecida Bielinski Barreto,

Serra Mater Rio de Janeiro e Distrito 059.

E-mail: suzanabielinski@gmail.com

 

Categorias
Categorias