Fiéis do Grajaú celebram os 80 anos da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

O jubileu de 80 anos da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú, foi marcado com missa solene presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 15 de maio.

“Ao bendizer a Deus pelo jubileu da paróquia somos convidados a reconhecer a ação de Deus na história. Somos herdeiros da edificação do templo e também de toda a vitalidade pastoral que foi sendo construída ao longo dos anos pelos párocos, catequistas, agentes pastorais e pelo povo de Deus”, disse o arcebispo.

“Quem nos sucederá?”, perguntou o arcebispo, e observou: “Estamos aqui hoje porque nossos pais e avós nos antecederam na fé. Agora, é preciso olhar para a frente com a responsabilidade de fazer a nossa parte. Somos chamados a ser discípulos missionários, a anunciar e dar testemunho da boa notícia do Senhor”, acrescentou o arcebispo.

A missa foi concelebrada por: pároco, padre Michel de Souza Bernardo,  pároco emérito, monsenhor Jorge Aziz Abrahão, e vigário paroquial, padre Vitor Aguillar da Silva. Também a presença do diácono Marcos Silva Gayoso da Fonseca.

Na homilia, Dom Orani destacou que a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú, que completa 80 anos de existência, foi criada no contexto de um novo tempo, quando a Igreja estava em processo de organização de sua hierarquia, iniciada após a separação da Igreja com o Estado e o fim do regime do padroado que vigorava no tempo do Império.

“Grande batalhador, Dom Sebastião Leme soube criar condições para que a Igreja pudesse visibilizar a força e a vitalidade após a sua independência do regime do padroado. A matriz do Grajaú, criada cinco meses antes de sua morte, surgiu da vertente de um tempo novo, num momento especial que vivia o Rio de Janeiro como capital federal, fruto da Ação Católica que solidificava a presença da Igreja no mundo”, disse.

Também no governo de Dom Sebastião Leme, acrescentou Dom Orani, “foi realizado o primeiro Congresso Eucarístico em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, as instalações do Centro Dom Vital, do Santuário de Adoração Perpétua e da Pontifícia Universidade Católica, a PUC-Rio”.

Na reflexão da liturgia do dia, o 5º Domingo da Páscoa, Dom Orani recordou que o mandamento novo dado por Jesus foi de amar uns aos outros. “Amai como Eu vos amei” (cf. Jo 13,1-17). Amar e perdoar, inclusive os inimigos, como forma que todos possam reconhecer, de verdade, quem são os discípulos do Senhor.

“Precisamos amar e perdoar a todos, até os nossos inimigos, os que nos fazem o mal. Amar e perdoar com o amor que vem do coração do Senhor, que dá a vida por todos nós. Só conseguimos fazer isso quando temos em nós a vida divina pela graça de Deus. O mundo deve encontrar em nós, mesmo com nossas dores e sofrimentos, mesmo sendo atacados, apedrejados e flechados, retribuir o mal com o bem. Não devemos ter rancores e vinganças no coração, mas sim, pela graça de Deus, ser um sinal de fraternidade no mundo”, disse o arcebispo.

Na conclusão, Dom Orani destacou a importância da missionaridade como um caminho para que a paróquia seja uma Igreja viva. Que cada um tenha o compromisso de evangelizar, com o mesmo entusiasmo que tiveram os Apóstolos de sair e anunciar a ressurreição de Jesus.

“A missão faz parte da essência da nossa vida cristã. É a nossa identidade. Ao olhar no territorial paroquial podemos verificar que muitos batizados não voltaram à vida em comunidade, e têm muitos, até na própria casa ou na família, que não foram evangelizados, mas que têm sede de Deus. A missão está em nossas mãos. Somos chamados a cumprir nossa missão com entusiasmo, na certeza que não faltará a graça de Deus, os dons do Espirito Santo”, finalizou.

 

História

A Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro teve a sua origem mais remota numa promessa feita a Deus pela senhora Noêmia de Almeida Costa Fagundes de construir uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Com a bênção do arcebispo da época, Cardeal Sebastião Leme, foi comprado o terreno e começou a campanha da construção do templo.

No dia 8 de fevereiro de 1931, Dom Sebastião Leme procedeu a bênção e o lançamento da primeira pedra fundamental da matriz. Neste dia, foi celebrada a Santa Missa pelo monsenhor Egídio Lari, auditor da Nunciatura Apostólica. A construção foi entregue ao engenheiro arquiteto Faro Filho.

Dom Sebastião Leme instituiu, canonicamente, a Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Grajaú, por decreto assinado em 13 de maio de 1942, nomeando o primeiro pároco da nova freguesia, monsenhor João Batista Cavalcanti.

Também foram párocos o cônego Alberto Teixeira Ferro, o padre Joaquim Marques Pascoal e o monsenhor Lucas Rabelo Malaquias.

Na gestão do monsenhor Jorge Aziz Abrahão, hoje pároco emérito, foram finalizadas as obras do prédio anexo ao prédio da paróquia.

O padre Michel Bernardo de Souza chegou à paróquia como administrador paroquial, em agosto de 2019, e hoje  é o atual pároco.

 

Carlos Moioli

Fonte: “Templos Católicos do Rio de Janeiro”, de autoria de Orlando José de Carvalho.

Foto: Carlos Moioli 

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