Missa em ação de graças concluiu o período dos cerimoniários que acompanharam o arcebispo pelas paróquias

“É uma alegria celebrar com vocês seminaristas nossa ação de graças pelos trabalhos que tivemos juntos durante esse ano nas paróquias que, junto com a missão de organizar a liturgia, tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais as realidades pastorais, sociais e humanas de nossa arquidiocese”, disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, durante missa na Capela Nossa Senhora da Conceição, situada no Palácio São Joaquim, na Glória, no dia 3 de agosto.

A celebração marcou a conclusão do período de um ano (2021 – 2022) de 20 seminaristas do Seminário Arquidiocesano de São José que acompanharam e atuaram como cerimoniários nas celebrações litúrgicas presididas pelo arcebispo nas paróquias da Arquidiocese do Rio de Janeiro. São eles: Alan Galvão, Andrey, Dionath, Eduardo Douglas, Elber Lima, Gabriel Alves, Gabriel Stilpen, Hygo, Italo, João Alberto, José Roberto, Lacton, Leonardo Nunes, Luiz Gustavo, Matheus Santos, Patrick,     Pedro Henrique, Pedro Siqueira, Artur Portugal e Franklin.

Ação de Deus na vida dos eleitos

Na homilia, ao refletir o episódio da mulher cananeia – “Mulher, grande é a tua fé!” (cf. Mt 15,21-28) –, Dom Orani lembrou que Jesus procurou por primeiro as ovelhas perdidas da Casa de Israel, mas após a sua morte e ressurreição, enviou seus discípulos para evangelizar todas as criaturas, a Humanidade inteira, até o fim do mundo.

“A vocação é um dom e começa dentro da concepção que temos da vida, mas com o passar dos tempos ela vai se ampliando e vemos a universalidade da nossa missão. Após um ano de serviço, caminhando junto com o arcebispo pelas paróquias, cada um começa a enxergar a Igreja, a arquidiocese de um modo diferente. Peço a Deus que essa experiência de conhecer as realidades da nossa arquidiocese ajude cada um a levar adiante a missão”, disse.

O arcebispo lembrou sobre a necessidade de proclamar a fé no Senhor diante das dificuldades da vida e de tantas situações que passa a Igreja com perseguições, difamações, notícias ruins e falsas e até ataques cruentos.

“Com os olhos da fé, à semelhança da mulher cananeia, somos chamados a acreditar no poder do Senhor, ver sua ação em nossa vida e que Ele conduz a nossa missão, que vai além de nós, mais do que podemos imaginar. É preciso dar passos desde já, enquanto jovens que se preparam ao sacerdócio e, mais tarde, queira Deus, por meio do exercício do ministério, fazer a experiência de que o Senhor age, conduz, cura e leva a vida e a esperança a todos”, observou.

Ao concluir a homilia e agradecer o serviço realizado pelos seminaristas durante o ano com alegria e generosidade, Dom Orani recordou que a celebração estava sendo realizada, por providência de Deus, às vésperas da memória de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, e destacou que o êxito da missão está vinculado à santidade.

“O jovem cura d’Arns primeiro teve dificuldades para ser ordenado e, depois, já sacerdote, foi enviado para uma cidadezinha periférica do país, que desanimaria qualquer um que fosse trabalhar. A igreja estava vazia e os bares cheios, mas o Senhor fez maravilhas por meio de sua vida e ministério. Tudo se transforma com a santidade do padre quando cumpre sua missão. Que cada um possa ter o coração aberto aos dons do Senhor, a graça de caminhar na santidade e, assim, ajudar o nosso povo a fazer o mesmo. Que o Senhor nos ajude a viver nossa vocação, nosso chamado”, finalizou o arcebispo.

 

Primeiro formador

Para o seminarista Eduardo Douglas Santana Silva, da configuração II, a oportunidade de acompanhar o arcebispo nas celebrações litúrgicas é uma experiência que marca a caminhada no seminário em diversos âmbitos.

“Primeiro, destacaria a proximidade com Dom Orani. Cada escala de serviço é uma oportunidade para, seja no trajeto, seja antes ou depois das celebrações, partilhar um pouco sobre o dia a dia no seminário, sobre a família, sobre a vocação. Inicia-se ali uma proximidade que só vai crescendo até chegar ao sacerdócio”, explicou.

“Depois, o serviço como cerimoniário nos proporciona uma verdadeira formação litúrgica, tanto teórica, nas formações dadas no seminário e nos estudos necessários para bem preparar as cerimônias, bem como prática, no próprio desempenho das funções nos ritos presididos pelo arcebispo”, acrescentou Eduardo.

“Outro ponto a se destacar é a oportunidade de se conhecer algumas das realidades presentes em nossa arquidiocese. Áreas mais centrais, bairros mais afastados, comunidades, paróquias, capelas, colégios, hospitais, enfim, temos a possibilidade de conhecer cada realidade alcançada pelo pastoreio do arcebispo. Sem dúvida o tempo que servimos como cerimoniários torna-se uma verdadeira etapa formativa, na qual o nosso formador primeiro, que é o bispo diocesano, pode nos acompanhar pessoalmente e nos transmitir um pouco da sua experiência pastoral e espiritual”, concluiu o seminarista Eduardo Douglas.

Na opinião de Gabriel da Cunha Stilpen, seminarista da configuração III, teologia 3, o tempo de cerimoniário foi de profundo enriquecimento pessoal, humano e vocacional.

“Dom Orani sempre muito acolhedor para com o povo de Deus. Poder acompanhá-lo em tantas partes de nossa arquidiocese como cerimoniário nas diversas celebrações e/ou visitas, permite experimentar a realidade de que estamos em uma Igreja com diversidade de dons e carismas, que se manifestam das mais diversas formas”, partilhou.

“Além de que a beleza do pastor que conhece e cuida das ovelhas de perto é evidente no seu pastoreio em nossa arquidiocese. Dom Orani com simplicidade chega em cada lugar e conhece sua realidade, e as conhecendo cuida e se preocupa, tal como o pastor que conhece as ovelhas e as carrega nos ombros quando necessário”, disse Gabriel Stilpen, na qual evidenciou: “Deus nos permita colher frutos para o nosso futuro pastoreio como presbíteros do exemplo de pastoreio de Dom Orani”.

 

Proximidade com o arcebispo

“Poder estar como cerimoniário do arcebispo foi sem sombra de dúvidas uma experiência muito enriquecedora”, disse o seminarista Alan Galvão, do 2° ano de teologia.

“Primeiramente, por estarmos próximos ao arcebispo, o pastor da Arquidiocese do Rio de Janeiro, como presbíteros seremos colaboradores do bispo e, além disso, o bispo é por excelência o formador do seminário de sua diocese”, partilhou.

“Através das celebrações tivemos a oportunidade de conhecer as diversas realidades do Rio Janeiro, realidades muitas das vezes desconhecidas pelas pessoas, pela grande mídia, pois o padre deve ser padre para todos, assim como diz São Paulo na Carta aos Coríntios: “Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos” (1 Cor 9, 22), acrescentou o seminarista.

“Sou muito grato por poder testemunhar o zelo de Dom Orani, sua paciência, o seu amor para estar com as pessoas, com os padres, com a porção do povo de Deus a ele confiado”, concluiu Alan Galvão.

 

Pastor incansável

De acordo com o seminarista Ellber Lima, da configuração III (3º ano de teologia), pertencer ao grupo dos cerimoniários da arquidiocese “servindo ao nosso amado pastor, o incansável Dom Orani, foi para mim uma oportunidade muito especial de estreitar laços com o nosso bispo, na qual nós, nas idas e vindas de uma paróquia a outra, pudemos nos conhecer melhor, partilhando nossas histórias vocacionais, conversando sobre a família, os estudos na faculdade, a formação no seminário e tantos outros assuntos”.

“Pude ainda conhecer outras realidades da nossa arquidiocese, antes desconhecidas por mim, afinal nosso pastor sempre se faz presente em todos os cantos desta cidade vasta e heterogênea. Na parte litúrgica do ser cerimoniário posso destacar com certeza o aprendizado que recebi organizando a liturgia, o serviço dos demais colaboradores em cada evento que pude estar presente e juntos bem celebrarmos uma trezena, ordenação ou festa do padroeiro”, acrescentou.

“Destaco três características que pude apreender de Dom Orani nesse tempo de serviço a ele, estando bem próximo do seu jeito de ser: nosso cardeal se sente em casa em qualquer lugar que adentra, sempre com um sorriso largo para cada um daqueles que cumprimenta; a confiança que ele deposita em nós, cerimoniários, em cada celebração que organizamos; e a forma com que ele trata cada um, da autoridade mais alta ao menor do povo, sempre disponível para ouvir, para se fazer presente e levar uma palavra de ânimo, coragem, alegria, esperança, ou seja, levar a Palavra de Deus”, finalizou o seminarista Ellber Lima.

 

Sabedoria e humildade

“Se colocar a serviço do arcebispo é sempre um momento muito esperado”, contou o seminarista Lacton Lucas Carvalho, do 2º ano de teologia.

“Porque estar próximo do nosso pastor como cerimoniário é uma experiência única, tendo em vista que esse é um período no qual temos a oportunidade de conhecê-lo mais de perto e ele a nós. Para mim cada vez que eu ia servir, junto com Dom Orani, era uma oportunidade de aprender algo novo, uma fonte de sabedoria e humildade, suas atitudes falavam além das palavras”, acrescentou.

“Posso dizer que aprendi muitas coisas neste período junto ao nosso amado pastor. Dentre elas destaco: conhecer as ovelhas de perto, de se preocupar com elas, buscar ouvi-las; de se colocar a serviço do próximo, como nos pede nosso Senhor Jesus Cristo. O seu ministério é o concreto colocar-se a serviço e não ser servido. Posso resumir que eu vejo nele como é resplandecer Cristo em um homem”, observou o seminarista.

Por fim, o seminarista Lacton Lucas destacou um fato interessante durante a trezena do padroeiro da arquidiocese, mesmo ainda no tempo de pandemia. “Eu vi de perto como Dom Orani é um bispo, de fato, incansável, mesmo diante de uma agenda tão cheia a sua disposição é admirável e um grande exemplo para mim como vocacionado ao sacerdócio”.

Carlos Moioli

 

 

 

 

 

 

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