‘O carisma das novas comunidades faz parte da riqueza do patrimônio espiritual, teológico e eclesiológico da Igreja’  

A Jornada de Estudos Canônicos, promovida pelo Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico da Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi realizada no auditório do Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio Comprido, no dia 23 de janeiro, com a presença de 167 representantes das comunidades, novas comunidades, associações de Direito Diocesano e Pontifício e associações públicas e privadas do Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Os participantes foram acolhidos no início do encontro pelo diretor do instituto, professor e doutor, monsenhor José Gomes Moraes, e saudados pelo arcebispo do Rio de Janeiro e grão chanceler delegado, Cardeal Orani João Tempesta.

As quatro conferências do encontro foram feitas pelo reitor da Pontifícia Universidade Santa Croce, em Roma, monsenhor doutor Luis Felipe Navarro, que abordou: “Carisma e instituição”, “O magistério do Papa Francisco e os movimentos”, “A posição jurídica dos membros dos movimentos” e “A configuração jurídica dos movimentos”.

Segundo o diretor do instituto, monsenhor José Gomes, as conferências de monsenhor Luis Navarro serviram para estudar e aprofundar a riqueza do carisma, a responsabilidade dos fundadores e fundadoras, como também a responsabilidade dos bispos diocesanos e dos superiores.

“Quando estive em Roma em outubro do ano passado, convidei monsenhor Luiz Navarro para a Jornada de Estudos Canônicos e ele prontamente disse: ‘Já estarei no Rio em janeiro, então vou aproveitar a ocasião’. Temos uma grande amizade. Ele é uma sumidade em Direito Associativo, o direito da pessoa, com riquíssimas publicações na área”, disse.

“A jornada foi uma experiência muito bonita e enriquecedora, porque as novas comunidades estão no coração da teologia eclesial e do Direito Canônico”, observou monsenhor José Gomes. 

“São João Paulo II costumava chamar as novas comunidades de nova primavera na Igreja. Essa experiência de comunidade de aliança ou de vida não é nada mais nada menos do que um retornar às raízes, ao primeiro amor, aquele amor que encanta e que os santos diziam ‘encontrei o Cristo e quero viver com Cristo’. Um viver não de dimensão individual subjetiva, mas eu quero viver essa dimensão do encontro com Cristo como discípulos e discípulas em comunidade”, disse.

“Os alunos que estudam Direito Canônico ou os canonistas que cuidam dos estatutos das novas comunidades precisam aprofundar e fazer uma espécie de reciclagem sobre as novas comunidades porque elas interpelam: ‘Qual o meu papel na Igreja?’ ‘Como posso colaborar com bispo diocesano?’ ‘Como nós podemos colaborar nas diretrizes pastorais da diocese?’ E também no contexto pastoral onde essas comunidades vivem o seu carisma”,  destacou monsenhor José Gomes. 

“O carisma das novas comunidades é vivido no seio da Igreja. Faz parte da riqueza do patrimônio espiritual, teológico e eclesiológico da Igreja. Não é algo alheio à teologia do Concílio Vaticano II, mas é pertinente. Estamos ainda descobrindo a novidade na certeza que é o Espírito Santo quem suscita. Elas fazem com que as Igrejas Particulares e as paróquias cresçam com a participação do laicato através de uma experiência de comunidade, uma experiência das comunidades cristológicas, do Cristo”, disse.

A iniciativa da jornada, lembrou monsenhor José Gomes, partiu do arcebispo, ele que é o grão chanceler e delegado do instituto.

“Dom Orani nos incentiva, pois tem no coração essa riqueza como seu próprio motu episcopal. Ele quer e deseja que possamos respirar com os dois pulmões, poderia acrescentar, esse pulmão eclesiológico e o pulmão jurídico para que as comunidades possam caminhar unidas e todos sejamos um só corpo, uma só alma”, concluiu.

 

Carlos Moioli

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