Processo de beatificação do frei capuchinho Nemésio Bernardi será aberto no Rio de Janeiro

O processo de beatificação do frei Nemésio Bernardi, religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, será oficialmente aberto pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, durante missa a ser realizada no Santuário Basílica de São Sebastião, na Tijuca, no dia 14 de julho, às 18h.

A data da abertura do processo do frade capuchinho, falecido em 4 de fevereiro de 2016, aos 88 anos, foi marcada após o arcebispo receber o “Nihil obstat” (“Nada consta”) da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano, em 3 de fevereiro de 2022.

“Já estamos preparando a urna da relíquia do Servo de Deus para apresentação no dia 14 de julho, ainda o material para os santinhos e as relíquias de toque”, disse o delegado responsável pela Causa dos Santos na Arquidiocese do Rio de Janeiro, o monge beneditino Dom Roberto Lopes.

No mês de junho, a Arquidiocese do Rio de Janeiro concedeu o “Imprimatur” para a “Oração pela Beatificação do Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi”, apresentada pela Província Nossa Senhora dos Anjos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. A causa de beatificação e canonização do Servo de Deus tem como postulador geral, o frei Carlo Calloni, da Cúria Geral dos Frades Capuchinhos, com sede em Roma, e como vice-postulador, o o frei Almir da Silva, do Rio de Janeiro.

 

Fase diocesana

Com a abertura do processo de beatificação começa o inquérito diocesano. Segundo o vice-postulador, frei Almir da Silva, é a fase mais importante e delicada do processo, o qual destina-se a recolher as provas documentais e, sobretudo, testemunhais do Servo de Deus, como é denominado aquele do qual se promove a causa de beatificação e canonização. O inquérito diocesano tem a finalidade de esclarecer toda dúvida a respeito, segundo uma forma jurídica bem precisa.

“Para ajudar neste processo, os fiéis e interessados estão instados a fornecerem toda e qualquer notícia útil referente à causa que seja de caráter pessoal ou privado, documentos, cartas e outros materiais”.

 

Comunicação de graças

Os interessados em colaborar no processo podem enviar materiais que comprovem a fama de santidade do religioso para a Cúria Provincial, aos cuidados do vice-postulador, frei Almir da Silva, na Rua Haddock Lobo, 266, na Tijuca, CEP 20260-142, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: postulacaofreinemesio@gmail.com.

 

Frei Nemésio Bernardi

Gaúcho de Veranópolis (RS), frei Nemésio Bernardi nasceu no dia 9 de março de 1927. Dizia que era carioca de coração e de adoção. Tendo vindo morar no Rio de Janeiro em 1964, a princípio prestando serviços na hospedaria do convento, foi o responsável em deixar os quartos limpos para os frades, principalmente oriundos da sua região, que vinham à capital fazer, entre outras coisas, tratamento de saúde ou resolver algum outro assunto no Rio, então capital federal. O sacerdote foi cozinheiro do convento por muito tempo.

Professou a sua vocação religiosa no dia 6 de janeiro de 1944, e foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1984. “Um sacerdote simples que fazia as coisas simples na vida, não deixando de limpar o refeitório. Viveu a sua vida de forma simples, como deve ser a vida de todos nós. E não deixou de fazer as coisas que são próprias de um homem consagrado e de uma pessoa que abraçou o ministério sacerdotal”, disse à época próxima de sua morte frei Luiz Carlos Siqueira, então ministro provincial da Ordem dos Capuchinhos nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e sul de Minas Gerais.

Segundo ele, frei Nemésio celebrava a missa na primeira sexta-feira de manhã, tomava o café e ia atender as confissões até o meio-dia, retornando às 16h, para continuar o seu trabalho religioso até atender a última pessoa. “Era um homem prático, que resolvia as coisas da forma mais rápida possível”, afirmou.

Frei Jorge de Oliveira, reitor e pároco do Santuário Basílica de São Sebastião, lembrou que foi ordenado diácono, juntamente com frei Nemésio, em 1982, e contou que em seus momentos finais o frade, que tinha  câncer, “sentia muitas dores e sofria muito, mas que ele jamais reclamava e nunca perdia o humor. Era muita delicadeza e serenidade.”

Em seus escritos há um texto que diz: “A morte é um doce sono, que nos faz acordar nos braços do Pai, para os que amam. Ela (a morte) proporcionará o grande encontro com Deus de todas as graças. Ela será a nossa última oração e o começo de nossa suprema ventura. Não há como viver sem caminhar para a morte. Cada dia morremos um pouco. A vida e a morte andam sempre de mãos dadas”.

Segundo amigos, uma das suas características mais importantes era a sua disponibilidade para atender a chamados para bênçãos ou visitas a enfermos, ocasião em que ele largava tudo para responder aos apelos. “Frei Nemésio estava sempre a atender alguém no hospital ou em casa, a qualquer hora do dia ou da noite para dar a unção dos enfermos. Ele pegava seu boné e sua pasta e ia dar a unção. Tinha uma dedicação e uma disponibilidade incríveis”, lembrou Eliane Belinha, coordenadora da Pastoral da Música da basílica.

 

Da Redação

 

 

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