Copacabana está em festa nesta semana, comemorando o dia de sua padroeira, Nossa Senhora de Copacabana, que além de dar o nome à paróquia que fica na Rua Hilário de Gouveia, 36, a santa também dá o nome ao bairro, à principal avenida do bairro e à praia, uma das mais famosas do mundo.
A devoção a Nossa Senhora de Copacabana começou com os bolivianos. O local se chamava Sacopenopã, um grande areal no século XVII. Naquela época, os bolivianos chegaram uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira da Bolívia, e construíram uma capelinha, que foi destruída para a construção do Forte de Copacabana. Nesta capela eles colocaram a imagem de Nossa Senhora, que deu nome ao bairro e à praia.
A principal paróquia do bairro, dedicada a Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, foi criada, em 1908, pelo Cardeal Sebastião Leme, e instalada na Rua Hilário de Gouveia, em frente à Praça Serzedelo Corrêa. Naquele local havia uma confraria do Senhor do Bonfim. A paróquia inicial foi destruída para a construção do novo complexo arquitetônico, onde fica a atual igreja, inaugurado em 1977.
Monsenhor Aroldo da Silva Ribeiro, pároco da matriz, lembra da importância de Nossa Senhora de Copacabana na história do Rio de Janeiro. “Ela dá nome ao bairro, à praia e à avenida, bairro este conhecido internacionalmente. Este ano estamos comemorando 114 anos de criação da paróquia e, em outubro, iremos comemorar 45 anos do novo complexo onde a igreja se encontra”. Monsenhor Aroldo enfatiza que a devoção a santa começou na Bolívia, e por isso sempre no primeiro domingo de agosto, quando se comemora a festa da padroeira, a comunidade recebe uma representação boliviana. “Por isso convidamos a todos os devotos de Nossa Senhora, conhecendo mais este título que ela recebe, que se sintam mais amados pela Mãe do Senhor, que é conhecida na Bolívia por ‘Mamita’, a mãezinha”, destacou monsenhor Aroldo.
Todos os anos, na semana da festa da padroeira, as vestes de Nossa Senhora são trocadas, e este ano a roupa de Nossa Senhora de Copacabana foi confeccionada de verde e amarelo, em alusão aos 200 anos do bicentenário da Independência do Brasil e aos 100 anos do Congresso Eucarístico Internacional do Rio de Janeiro.
Festa da padroeira
As comemorações neste ano tiveram início no dia 31 de julho. Na missa solene foi feito o envio dos missionários que percorreram as residências de Copacabana, levando a imagem peregrina para a devoção dos fiéis. Nesta semana, nos dias 3, 4 e 5 de agosto, a comunidade se preparou com o tríduo, e como ocorre todos os anos, na terça-feira dia 2 de agosto, a imagem que fica na Nave Central foi levada até a Paróquia da Ressurreição, que fica no Posto 6, em Copacabana. Ela fica na paróquia até domingo, dia 7, quando sairá em procissão pela Avenida Atlântica até a matriz. Além da procissão, serão celebradas missas às 8h, 10h, 12h, 16h e 19h, sendo que a missa das 16h, na chegada da procissão, será presidida pelo bispo auxiliar Dom Paulo Romão. Também no domingo, dia 7, retornará a missa das 17h30, que estava interrompida. Além das missas no final de semana, haverá quermesse onde funciona a creche.
A Festa de Nossa Senhora de Copacabana continuará na matriz até setembro. No dia 23 de agosto, na Missa Solene das 19h, será entronizada na Nave Central a imagem da copadroeira da paróquia, Santa Rosa de Lima, e no dia 29, os fiéis se reunirão em uma missa pelos 35 anos de ordenação sacerdotal do seu pároco, monsenhor Aroldo Ribeiro. Em setembro, no dia 2, vai ter uma confraternização com as famílias assistidas. No dia 3, às 19h, a representação teatral da história da devoção a Nossa Senhora de Copacabana e, depois, a imagem peregrina visitará os Pequeninos de Jesus, que é como são conhecidas as pessoas assistidas pela Casa do Pobre. Já no dia 8, uma Missa Solene pelas comemorações e a abertura da exposição sobre os 90 anos da Casa do Pobre, e no dia 17, a comunidade receberá o Cardeal Dom Orani Tempesta, que, às 9h, presidirá a missa em ação de graças pelos 90 anos da Casa do Pobre.
Casa do Pobre
A Casa do Pobre é um trabalho desenvolvido pela Paróquia Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, que abrange desde a fase infantil, com uma creche que hoje atende 105 crianças, ao trabalho de assistência às pessoas em vulnerabilidade social. “Nós, padres, participamos todas as semanas de um encontro com os Pequeninos de Jesus, levando a palavra do Senhor e a partilha do pão de cada dia”, destacou monsenhor Aroldo Ribeiro. A Casa do Pobre também presta apoio às 200 famílias cadastradas e a situações emergenciais. “Nosso trabalho, sobretudo, é de evangelização e apostolado, aproximando sempre essas pessoas de Cristo e de sua Mãe Santíssima”.
Monsenhor Aroldo da Silva Ribeiro enfatizou que este é um trabalho de evangelização, seguindo a orientação da Igreja de olhar o homem por inteiro, nas suas próprias necessidades e carências, com a fé impulsionando a todos para acolher as necessidades de cada um, sendo chamados a evangelizar.
Carlos Eduardo Bittencourt